Você sabia que o brasileiro é o trabalhador mais estressado do mundo? Em uma pesquisa de 2013 da Robert Half, empresa líder mundial em recrutamento especializado, 42% dos entrevistados disseram sofrer com ansiedade grave por causa do ambiente de trabalho ou cargas horárias puxadas demais. O número está muito acima da média dos outros 12 países analisados, que é de 11%. E, diretamente ligado a isto, estão os afastamentos de cargo: mais de 40% das pessoas que não conseguem trabalhar, segundo o Ministério da Previdência, pedem licença justamente por causa de estresse.

Ano sabático

Claro que ter um emprego é fundamental para manter as contas em dia e sobreviver, mas o Brasil ainda tem um comportamento muito antigo em relação aos modelos de trabalho. Muita pressão, períodos de expedientes engessados, acúmulo de função, instabilidade, salários incompatíveis. No dia a dia, todas estas regras reduzem a produtividade e aumentam a insatisfação.

Por isso, há décadas, países com iniciativas profissionais mais liberais adotam como política da empresa o ano sabático. Uma forma eficiente de aliviar esta tensão, aumentar o entusiasmo e reduzir estatísticas alarmantes de saúde. Mas, afinal, o que é isso?

“Este período é quando a pessoa precisa de um descanso do trabalho para rever a carreira, fazer coisas que a rotina não permite. Não é simplesmente estar cansada e querer tirar férias mais longas. É importante ter um plano do que fazer e se dedicar a conhecer a pessoa com quem mais convive, que é você mesmo”, explica Soraia Tyda, coach da SB Coaching. E, completa: “este é um tempo para autoconhecimento, de aprendizado e enriquecimento pessoal e uma prática que as pessoas deveriam se dar o direito”.

Mas, no Brasil, isto é raridade. Outro levantamento mostra que só 8,4% das empresas nacionais adotam o benefício. Por isso, os 86% dos trabalhadores que disseram querer muito tirar um tempo longe do escritório teriam que pedir demissão para se dedicarem a projetos pessoais em tempo integral. Olhando por esse panorama, parece quase impraticável. Mas é possível ficar um ano ou mais sem salário só colocando sonhos em prática? Sim! E o segredo é levar ao pé da letra a regra principal para se ter um período sabático, o planejamento.

Ano sabático

Primeiro, claro, a questão financeira. Porque ficar tenso pensando em dinheiro durante este período faz a iniciativa perder um pouco o sentido. Faça planilhas, pesquise e se organize.

Depois, o momento. Jorge Martins, gerente de marketing da Robert Half, faz algumas sugestões: que a pessoa já tenha passado dos 30 anos, ocupe uma cadeira de gerência ou diretoria. “O sabático de uma forma geral precisa ter o objetivo de ganhar alguma coisa. É um tempo de aprendizado mais avançado”, explica.

É aí que entra a razão pela qual decidiu se arriscar. O que você sempre quis fazer e nunca teve tempo ou coragem? É a hora de dar uma chance! Muita gente vai estudar, outras pessoas tentam empreender, algumas colocam a mochila nas costas e pé na estrada ou simplesmente decidem ficar com a família. Em qualquer escolha, o ganho é certo.

“Em qualquer caso é legal porque faz você entender melhor que pessoas são pessoas e não só máquinas. Este período aumenta a percepção para detalhes mais difíceis de se ver no olho do furacão e, no retorno ao trabalho, você fará pequenas coisas de forma melhor. A recolocação depende muito da consequência desse período”, explica Jorge Martins.

Ano sabático

Por isso, pós-ano sabático, os profissionais costumam voltar com melhor capacidade de adaptação e aceitação, características profissionais aperfeiçoadas com os cursos que fizeram e talentos ocultos ou esquecidos novamente descobertos. Tudo isso é muito atraente para o mercado, mesmo que os brasileiros não acreditem nesta teoria. Segundo a pesquisa, 57% dos entrevistados não tirariam este período livre por medo de perder o cargo e 52% pela decisão ser vista pelos colegas como falta de comprometimento com a equipe.

“Se este período cumpriu metas e objetivos, a pessoas sente vontade de voltar, tem gás, está descansada. E, neste contexto, ela consegue voltar pro mercado rapidamente. Se houve planejamento, a volta é simples”, diz Soraia Tyda, da SB Coaching.

Profissões inusitadas

Doador de esperma ou óvulos -  Não é muito bem uma profissão, mas você revebe por isso. Os homens ganham em média US$ 200,00 dólares por doação, as mulheres podem chegar a ganhar até US$ 8,000 dólares em cada doação
Doador de esperma ou óvulos - Não é muito bem uma profissão, mas você revebe por isso. Os homens ganham em média US$ 200,00 dólares por doação, as mulheres podem chegar a ganhar até US$ 8,000 dólares em cada doação
Créditos: Reprodução

 


int(1)

Ano sabático é visto com bons olhos pelo mercado; confira histórias de quem se aventurou