O Rio de Janeiro se uniu as comemorações do “Ano Cortázar”, quando será lembrado o centenário do nascimento do escritor argentino Julio Cortázar (1914-1984), com uma série de eventos que se estenderá até o dia 27 deste mês.

Debates com amigos do autor de “O Jogo da Amarelinha”, como a escritora brasileira Nélida Piñon, exibição de filmes inspirados em sua obra, mesas-redondas com tradutores, leituras de textos, exposição com fotografias inéditas e até um espetáculo de jazz fazem parte do “Todo Cortázar 100 anos – um só autor, muitas artes”.

“O ciclo servirá para expor a riqueza de um artista multifacetado, que não era apenas escritor, ensaísta, dramaturgo, poeta e tradutor, mas também fotógrafo e até teve uma estreita relação com a música”, explicou a doutora em Literatura Contemporânea Fabiana Camargo, professora do Centro Acadêmico Cult Estácio e organizadora do evento.

A homenagem começou na noite de ontem com a inauguração de uma exposição do fotógrafo argentino Renzo Gostoli, que reuniu imagens inéditas que fez de Cortázar durante uma visita ao México em março de 1983 e de uma manifestação para receber presos políticos recém-libertados em Buenos Aires na última visita do escritor à Argentina.

“Estava cobrindo a manifestação quando, de repente, encontrei Cortázar, que estava saindo do cinema, observando a passeata. Ninguém o reconheceu, mas todo mundo identificou quando eu comecei a fotografá-lo e, imediatamente, lhe renderam uma grande homenagem”, relatou à Agência Efe Gostoli, veterano fotógrafo que passou por agências internacionais como a própria Efe, AFP, Reuters e Associated Press.

O ciclo, aberto com uma mesa-redonda na qual participaram Fabiana e o cônsul adjunto da Argentina no Rio de Janeiro, Sebastián D’Alessio, acontece na sede do Instituto Cervantes do Rio, organizador da homenagem.

Hoje, a série de atos culturais contará com um debate sobre as relações da fotografia e das artes plásticas com a obra de Cortázar, com a participação de acadêmicos especializados ou que foram influenciados pelo escritor argentino, como Mônica Fagundes, Rita Diogo e Karl Schollhammer.

Já no dia 13 de agosto, será realizada uma mesa-redonda sobre a obra literária de Cortázar com a presença das escritoras Paloma Vidal e Suzana Vargas, o tradutor Ari Roitman e o escritor e compositor Braulio Tavares.

Outra rodada de debates está programada para 20 de agosto e discutirá a “permeabilidade” da linguagem do autor; outras duas estão previstas para 27 de agosto e abordarão as primeiras obras de Cortázar, com a discussão de contos e um romance inédito da década de 1950, além de sua relação com a Filosofia.

Antes de cada mesa-redonda haverá a exibição de filmes como “Mentiras piadosas” e “Jogo Subterrâneo”, filme brasileiro inspirado em obras do escritor, além de leituras dramatizadas feitas pela atriz colombiana Carolina Virgüez. O ciclo será concluído com um espetáculo de jazz


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Rio de Janeiro celebra centenário do nascimento de Julio Cortázar