Lembre todos os filmes de James Bond


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“Solo”, o mais recente livro de James Bond, combina os “ingredientes clássicos” do agente 007 com a imaginação do autor, William Boyd, disse nesta quarta-feira o escritor britânico.

O novo romance do espião sedutor, que estará à venda a partir de sexta, dia 27, no Brasil pela editora Objetiva, leva o leitor a 1969 e envolve o personagem, um Bond de 45 anos e morador do bairro londrino de Chelsea, em um conflito civil na África, revelou Boyd hoje na glamorosa apresentação do romance no hotel Dorchester, em Londres.

“Solo” é um projeto em que William Boyd “respeitou o Bond tradicional” com adereços de sua própria “invenção”. “O Bond literário, ao contrário cinematográfico, é um personagem complexo; é capaz, tem sucesso, mas o que o torna fascinante para os leitores é seu lado obscuro, atormentado, que comete erros”, disse Boyd à imprensa, que pode ler um trecho do livro.

Boyd insistiu que seu 007 é “o mesmo agente dos serviços secretos beberrão, fumante, que desfruta a vida comendo e bebendo, que sente um enorme interesse por roupas e armas. E há também (no livro) duas bonitas mulheres com quem se relaciona”.

“Não seria Bond sem todos esses elementos”, observou o autor, que segue a esteira de outros escritores que, como Kingsley Amis e Sebastian Faulks, que também deram forma às aventuras do espião depois da morte de seu criador, Ian Fleming, em 1964.

Neste que é o 55º romance da série, Boyd se atreveu a “emprestar” sua receita pessoal de Martini seco – clássico mexido, mas não batido nas histórias de Bond – a outra para que o agente elaborasse um molho vinagrete.

Para o autor de “Um bom homem na África” (1987) ou “As aventuras de um homem qualquer” (2002), esta experiência narrativa foi “extremamente divertida”, à qual contribuiu sua “grande admiração” por Fleming, a quem inclusive utilizou como personagem em um de seus livros.

Na sala do Dorchester utilizada para a apresentação e recriada da mesma forma que o refeitório que descrito por Boyd onde 007 celebra seus 45 anos com um sofisticado jantar, o autor disse que, antes de aceitar o projeto, se “aconselhou” com Daniel Craig, o último ator em dar vida ao espião no cinema.

O autor elogiou a “presença” na tela e o trabalho de Craig no papel, mas admitiu que escolheria Daniel Day-Lewis para interpretar o agente, para ele “o ator que mais se parece com o Bond descrito por Fleming”.

No caso do livro, o roteirista considerou “improvável” haver uma adaptação para o cinema, “pois está ambientada em 1969 e os filmes de Bond sempre são narrados no presente. E não vão fazer um Bond retrô”, ponderou.

Como parte da espetacular apresentação de hoje, sete aeromoças uniformizadas da companhia aérea britânica British Airways (BA) levaram em valises transparentes as sete primeiras cópias do assinadas por William Boyd.

Ao mais puro estilo Bond, os exemplares foram transferidos em carros “Jensen” vintage até o aeroporto de Heathrow, de onde partiram para sete destinos diferentes – Amsterdã, Edimburgo, Zurique, Los Angeles, Nova Déli, Cidade do Cabo e Sydney, escolhidas em função de sua relevância para o autor, para Fleming e para os livros originais do agente secreto.

Durante o ato, a sobrinha de Ian Fleming, Lucy, garantiu que seu tio “aprovaria” o trabalho de Boyd, que qualificou de um “grande romance”.

“Se havia algo que Ian gostava, era de uma boa história. ‘Solo’ é um excelente romance que ele aprovaria”, elogiou Lucy.

Nascido em Gana, William Boyd, que passou a infância na África e vive há mais de duas décadas em Londres, é membro da geração de escritores britânicos do “boom” literário do anos 80, junto de Martin Amis, Julian Barnes e Ian McEwan.

O lançamento de “Solo” coincide com o 60º aniversário de “Cassino Royale”, romance de Fleming sobre Bond, o primeiro de 14 livros do inesquecível agente secreto britânico.


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William Boyd promete 'ingredientes clássicos' do 007 no romance 'Solo'