A Ponte Preta aprontou no Morumbi e bateu o São Paulo de virada por 3 a 1, em duelo válido pela ida das semifinais da Copa Sul-Americana, colocando um pé em inédita decisão continental, que pode valer o primeiro grande título da história do clube de Campinas.

Antonio Carlos, contra, Leonardo e Uendel balançaram as redes para os visitantes, que agora têm vantagem de poder perder por até um gol de diferença – e por 2 a 0 -, para se classificar. Paulo Henrique Ganso, ainda no primeiro tempo, havia colocado o time da capital paulista na frente.

A partida de volta da final acontecerá na próxima quarta-feira (27), estádio Romildo Vitor Gomes Ferreira, o Romildão, em Mogi Mirim. Isso porque, o Moisés Lucarelli foi vetado pela Conmebol, por ter capacidade inferior a 20 mil pessoas.

O jogo de hoje, apesar do resultado negativo, foi histórico para o experiente goleiro Rogério Ceni, que fez seu jogo número 1116 pelo São Paulo. Dessa forma, ele igualou marca de Pelé como atleta que mais vestiu a mesma camisa no futebol brasileiro.

A Ponte Preta, por sua vez, tentará levar a motivação do expressivo resultado obtido no Morumbi para o Campeonato Brasileiro. No fim de semana, a equipe encarará o Grêmio, em casa, pela 36ª rodada, e, se perder, estará matematicamente rebaixada para a Série B.

Para o duelo, Muricy Ramalho e Jorginho não trouxeram grandes novidades nas escalações. Como era esperado, o Tricolor veio sem Luís Fabiano, que perdeu a posição de titular para Ademílson. No ataque da Ponte, William, que se recuperou recentemente de lesão, ficou no banco, com Leonardo permanecendo titular.

Quando a bola rolou, houve pouca inspiração, principalmente por causa da postura dos visitantes, que se ficaram quase em totalidade no campo defensivo. Ao São Paulo restou trocar passes na intermediária adversária. Com sete minutos, Ganso foi derrubado na área, e Rogério Ceni teve chance em falta, mas acabou isolando.

Aos poucos, a Macaca tentou se soltar, mas as duas equipes passaram a insistir em chutes de longa distância e lançamentos longos, sem grande sucesso. Aos 20 minutos, em jogada trabalhada, o homem mais técnico do São Paulo tirou o zero do placar.

Em jogada iniciada por Rodrigo Caio no meio de, Aloísio recebeu na direita, se livrou da marcação e cruzou. Paulo Henrique Ganso dominou, clareou e bateu de perna direita no cantinho, sem dar chances para Roberto. A bola ainda tocou caprichosamente na trave antes de entrar e provocar explosão da torcida tricolor.

O gol abriu espaços. Pouco depois do ponteiro passar dos 30 minutos, Ademílson e Artur desperdiçaram chances para São Paulo e Ponte, respectivamente. A falta de inspiração das duas equipes fez que com a rede voltasse a balançar em um gol quase sem querer.

Aos 43 minutos da etapa inicial, após boa jogada na esquerda de Rildo, Uendel recebeu, carregou para dentro da área e encheu o pé. O zagueiro Antonio Carlos tentou cortar e acabou desviando para dentro de seu próprio gol, decretando a igualdade.

Na etapa complementar, o Tricolor voltou com uma alteração, com Wellington no lugar de Lucas Evangelista. A chuva é quem apareceu com bastante força depois do apito inicial do árbitro argentino Diego Abal e parece ter dado força ao time campineiro.

Logo aos 5 minutos, Uendel deu susto, com chute de fora da área. Dois minutos depois, os visitantes encontraram o caminho do gol com Leonardo. O centroavante pegou rebote de Rogério Ceni em chute de Fernando Bob e soltou a bomba, para estufar as redes e virar o placar.

Para tentar buscar a desvantagem, o técnico Muricy Ramalho apostou em colocar Luís Fabiano em campo, no lugar do meia Maicon. Em uma das primeiras aparições do camisa 9, aos 21 minutos do segundo tempo, cabeçada por cima do gol de Roberto.

O remédio não deu resultado, e a Ponte Preta voltou a marcar aos 26 minutos da etapa complementar. Após receber na área, o lateral esquerdo Uendel apareceu com tudo, encheu o pé, contando com desvio em Wellington para fazer o terceiro da Macaca.

Depois do gol, os dois técnicos mexeram nas equipes, com Jorginho colocando gás novo, com Magal e Chiquinho nos lugares de Fellipe Bastos e Elias, e Muricy mudando seu ataque, com Welliton substituindo Ademílson.

Disposto a diminuir o estrago causado pela Ponte, o São Paulo partiu para cima, e por causa da intervenção de Roberto não consegue marcar. Aos 39 minutos, após cruzamento na área, Luís Fabiano cabeceou com precisão no canto direito do goleiro, que mostrou elasticidade ao espalmar e impedir o gol.

No minuto seguinte, foi a zaga da Ponte que fez “milagre”. Primeiro em jogada do camisa 9, que chegou a driblar Roberto e tocou, mas a bola parou no corte de César. No rebote, Luís Fabiano serviu Aloísio que só escorou em direção ao gol. Desta vez, Artur estava lá para salvar o time de Campinas.

Para aumentar a dramaticidade do duelo, nos minutos finais a Macaca precisou trocar seu goleiro. Roberto se contundiu, e Édson Bastos teve que substituir o titular. Os tricolores, no entanto, não conseguiram ameaçar o reserva e terão que tentar buscar a desvantagem longe de seus domínios.


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Ponte Preta ignora favoritismo, vence no Morumbi e fica perto da final