Disposta a faturar um valor superior aos números arrecadados em partidas no Estádio do Canindé, a Portuguesa negociou seu mando de jogo contra Flamengo, disputado no último domingo (27), na Arena Castelão, em Fortaleza. Porém, o resultado da partida, que terminou empatada em 0 a 0, ficou em segundo plano. Isso porque a equipe paulista levou um calote da Xaxá Produções, empresa do Mato Grosso do Sul que acertou a compra do local do duelo (clique aqui e veja mais detalhes), que deixou de pagar parte do valor acordado em contrato há duas semanas.

Segundo fontes ligadas ao clube do Canindé, em contato com o Virgula Esporte, o dinheiro pendente seria destinado ao pagamento de ambulância, bilheteiros, seguranças, catracas e aluguel da Arena Castelão, que seriam direcionados a Galvão G7, empresa que faz a gestão do estádio, não foram repassados pela Xaxá. Além disso, um outro valor, este bem menor, que seria pago à Lusa, também não foi repassado pela empresa.

O presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, e a gerente finaneceira do clube, Rita de Cassia Aita, fizeram um Boletim de Ocorrência no 2º Distrito da Polícia Civil contra a empresa na madrugada desta segunda-feira (28), assim como os representantes da Arena Castelão, que também registraram a queixa.

Com a denúncia feita, a Polícia de Fortaleza localizou dois funcionários da Xaxá, que foram levados até a delegacia para prestar depoimento. Além disso, os policiais foram até o Hotel Iate Plaza, onde o dono da empresa contratada estava hospedado, e encontraram no quarto dele um quantia em dinheiro não revelada pelas autoridades. Junto com o montante, foi localizado também o borderô do jogo entre Portuguesa e Flamengo.

A delegação da Portuguesa deixou a cidade de Fortaleza na manhã desta segunda (28) rumo a São Paulo. O presidente Manuel da Lupa, assim como a gerente financeira do clube, também retornaram à capital paulista. Como nenhum representante da Xaxá Produções apareceu, um B.O. foi feito pelos dirigentes da Lusa.

A partida entre Portuguesa e Flamengo teve um público pagante de 21.967 pessoas, o que registrou uma renda de R$890.950,00. Todo esse montante ficou com a Xaxá Produções, já que o acordo entre a empresa e o clube era o pagamento de R$600 mil pelo mando, deixando o montante total para a Xaxa, uma vez que parte do valor acordado com Lusa foi pago durante a semana, no período de venda de igressos para partida válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.

A reportagem tentou um contato com Xaxá Produções na manhã desta segunda (27), mas não obteve retorno.

Vendas para sanar dívidas

Assim como tinha feito no jogo contra o Corinthians, válido pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, a diretoria da Portuguesa (clique aqui e relembre), que na oportunidade faturou R$600 mil livres e mais R$150 com gastos de dispesas, optou por negociar os locais de suas partidas para quitar algumas pendências com o atual elenco, como vencimentos de direitos de imagem, salários e premiações.

Na última sexta (25), os jogadores da Portuguesa divulgaram uma carta repudiando algumas atitudes da diretoria e decretando o fim das concentrações até que os vencimentos sejam sanados, como prometido pelos dirigentes da Lusa.

Lembrando que, os valores obtidos no duelo contra o Corinthians, vencido pela Portuguesa por 4 a 0, e parte do dinheiro arrecadado do jogo em Fortelaza, pago de forma antecipada, serviram para acertar algumas pendências e cheques devolvidos a jogadores do atual elenco.


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Portuguesa leva ‘calote’ e parte do valor do jogo contra o Flamengo não é pago