Negros famosos


Créditos: Divulgação

Não existe preconceito racial no Brasil? Muitos insistem nesta ideia de um país que a democracia racial é plena. O Dia Internacional contra a Discriminação Racial, comemorado nesta quinta-feira (21), é uma excelente data para refletirmos  – novamente – sobre o tema.

Será mesmo que o país é uma democracia racial? Então, o que falar do anúncio publicado no site de comércio eletrônico, Mercado Livre, que oferecia um “negro africano legítimo, único dono, em bom estado de saúde”. A descrição diz tratar-se de um “negro negroso, bom para serviços domésticos, braçais, pedreiro etc”. Será que é apenas uma piada?

E sobre a polêmica causada pelas perucas feitas de palha de aço para o desfile do estilista Ronaldo Fraga pelo maquiador e cabeleireiro Marcos Costa e assim representar os cabelos dos negros e dos jogadores de futebol. Entidades que lutam pelos direitos dos negros no país reclamaram. Será apenas mais um chilique dos politicamente corretos?

Sem falar do estudante da Centro Pedagógico da Escola de Educação e Profissionalização da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) que foi chamado de “macaco” pelo professor. O jovem de 14 anos é negro e sua mãe entrou com denúncia de racismo. Estaria ela exagerando sobre o teor do comentário do professor que é doutor em linguística?    

O impressionante é que estes fatos foram manchetes na imprensa um dia antes da data que celebra a luta contra a discriminação racial.

O dia foi criado depois do massacre de Shaperville, na África do Sul, em 1960, quando 20 mil negros saíram às ruas para protestar contra a lei que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular ou não. Apesar da manifestação pacífica, os policiais abriram fogo contra a multidão matando 69 pessoas e deixando 186 feridas.

Por isto, vozes como a da negra Elza Soares se fazem necessárias neste momento que o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) é nomeado presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados e diz que “africanos descendem de ancestral amaldiçoado”.

“O negro continua sendo discriminado no Brasil. Não existe direitos humanos para as minorias. Protejam o mundo gay, as mulheres, os pobres e os negros. Está na hora dessa realidade mudar. Estamos em um país livre. Somos todos livres, temos o direito de ir e vir. Fora!”, disse em seu último show nessa semana.

Veja mais famosos negros na galeria acima.


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No Dia contra a Discriminação Racial, a pergunta é: O Brasil não tem preconceitos contra negros?