Quem se lembra de Penélope Nova a dez anos atrás pode pensar que ela, de repente, converteu-se em uma obcecada pela boa forma e renegou sua vida até então. Entretanto, não foi o que ocorreu. A mudança física nítida da apresentadora foi decorrência de um objetivo antigo que só em 2004 encontrou o caminho certo para ser alcançado.

Em conversa exclusiva com o Virgula Famosos, com a calma e tranquilidade que seus espectadores se acostumaram a vê-la falando de sexo no Ponto P da MTV, Penélope falou sobre sua mudança física, sobre quando era uma adolescente gordinha que invejava o corpo de Madonna no clipe Cherish e de seu mais novo projeto: o site Acredita, Bonita!, sobre boa forma.

Leia abaixo a entrevista exclusiva com Penélope Nova

Virgula Famosos – Quando você decidiu se dedicar com mais afinco à malhação e por quê?

Penélope Nova – Eu, desde pré-adolescente, sempre gostei de atividade física, de academia. Eu entrei na academia com 12 anos, era a mascote de lá, fazia exercícios para glúteos sem caneleira e o professor achava lindo.  O meu sonho era ir para a academia sem camiseta. Eu comecei a ir a endocrinologistas, porque na época (1986) não havia nutricionistas, e eu fazia tudo o que pediam para fazer, mas eu não conseguia mudar o desenho do meu corpo.

Por que você já era tão ligada a academia desde cedo?

Que adolescente que se descobre gordinha na sétima série e não sente a pressão de ter uma aparência física atraente? Os hormônios estão à toda nessa hora. Você não vai para escola para estudar. Eu cresci numa cidade de praia, eu queria ir para academia e queria ir para academia de top. Eu sou fã da Madonna. Aquele clipe de Cherish (do álbum Like a Prayer, de 1989) em que ela está com aquele vestido decotado na praia, eu queria aquele bíceps para mim. Só que eu fazia regime, emagrecia e depois engordava. Eu fiquei com a sensação de que aquilo não era para mim. Eu falava: “Ah, mas eu sou gente fina, eu sou legal”. E não é verdade, boa forma é para qualquer um, desde que a informação que te deem seja correta e de que você se comprometa.

O que mudou então?

O que acontece é que o treino te traz vários benefícios de saúde, mas o resultado estético não advém da atividade física e sim de alimentação adequada. E essa alimentação, ao contrário do que a maioria pensa, é uma alimentação saudável, mas ela é mais restrita. Eu emagrecia e perdia peso, que não é o ideal. O que importa é o que você perde de gordura, não de músculo. Isso era um conhecimento que não existia naquela época. Eu descobri o caminho, ou o começo dele em 2004, que é quando a minha forma muda mesmo.

Você tem o corpo que deseja e malha para manter a forma, ou ainda está no caminho do seu ideal de boa forma?

É aquela coisa né, o ser humano nunca está 100% satisfeito. Entretanto, eu não posso dizer que eu sou a louca da eterna insatisfeita. Eu sempre tive problema de autoestima, era gordinha, baixinha, não me achava bonita. Entretanto, quando eu olho para o meu corpo hoje, não tem como eu não me sentir muito feliz. O que eu acho mais bacana é você conseguir ter uma melhora estética em relação a você mesma, e você ter sido responsável por essa mudança. Isso te dá poder.  Vaidade não é um problema, não porque você é vaidoso que você é fútil. Você é fútil se você for vaidoso e mais nada.

Você se acha bonita agora?

Não, aliás, eu não suporto gente que se acha bonita. Quando eu falo isso, eu não acho que seja um demérito meu. Eu acho que a única coisa pior do que não se achar linda, é se achar linda. Eu tenho consciência de que eu não faço parte do padrão de beleza que domina o mundo ocidental, e tudo bem. Acho legal, mesmo.

Como é sua rotina de treinos?

Ela é bem mais tranquila do que as pessoas imaginam. Eu não passo horas na academia. Não se deve passar horas na academia. Um treino de musculação ideal ele deve ter de 40 a 60 minutos. Eu faço cinco treinos de musculação por semana. Eu não treino na quinta nem no domingo. Além disso, uma vez por semana, à noite, eu faço pole dance, e duas vezes por semana , quando eu consigo, eu faço uma atividade aeróbica complementar, como uma corrida de 40 minutos, mas eu não sou uma corredora. Eu gosto de experimentar, mas sou marombeira de coração.

O que você gosta de ouvir quando está malhando?

Basicamente ouço três tipos de música: rock, black e eletrônica. Depende do treino, do humor, do dia, enfim. Nos treinos de perna, por exemplo, gosto de ouvir System of a Down, Social Distortion, Queens of a Stone Age, Foo Fighters, Slipknot, Rammstein, e por aí vai. Já abdominais, gosto de fazer ouvindo rap, vai entender (risos). E ouço muita música eletrônica,  como minimal e trance, basicamente. Coisas tipo Paul Kalkbrenner, Boris Brejcha, e admito, umas babas daquelas bem babas também, vide Paul Van Dyk…  Ah, adoro a Robyn e a Jes!

E sua dieta, como é?

Ela é regrada e um pouco mais restrita. Açúcar é proibido, fritura é proibida, alimentos refinados são proibidos. Eu também não consumo quase nenhuma lactose e trigo. Porque a gente compra pão integral pensando que é integral, mas não é. No Brasil, a dita farinha integral é farinha branca acrescida de uma parte de fibra de trigo.

E como você faz para se alimentar fora de casa?

Muitas eu levo minha comida. Porque eu também não suporto gente que fica arrumando desculpa para não seguir a dieta. Eu não deixo de fazer absolutamente nada por conta da minha dieta. Além disso, a minha dieta já prevê um dia de refeição livre por semana, que normalmente eu opto fazer no domingo. Então, no domingo, eu, meu marido, a gente se programa e sai para jantar. Eu como um chocolate, tomo um vinho, como um queijo parmesão…

Como surgiu a ideia do Acredita, Bonita?

É importante para mim poder ajudar as pessoas que tentam  entrar em forma e não conseguem. Eu quero dizer dá e é por aqui. Enquanto eu estava na MTV eu propus várias vezes que a gente fizesse programas com esse conteúdo, mas ninguém nunca quis e tal. As pessoas sempre me perguntam dicas, principalmente na academia, e eu gosto de ajudar. É por isso que eu criei o Acredita, Bonita; e é por isso que eu estou tentando fazê-lo crescer

Você saiu da MTV em 2011 e entrou para a faculdade de educação física. Ainda pensa em trabalhar com TV?

É eu não terminei ainda porque eu entrei na Fazenda, mas eu pretendo voltar para a faculdade. Quanto à TV, eu queria muito. Eu tenho três formatos já pensados, apara falar a verdade. Não vou detalhar para ninguém roubar minha ideia. Eu gostaria muito de falar disso na TV e não só disso. Outra coisa que eu adoraria fazer é voltar com o Ponto P.

O Ponto P é o que você mais sente saudade da MTV?

Ah é, sem dúvida. O Ponto P era demais, sinto muito saudade do programa. O Ponto P sou eu, eu já fazia isso na minha vida. Sempre fui essa pessoa que gostou de ouvir as histórias dos amigos e eu sempre me colocava no lugar das pessoas. Eu sempre fui muito empática. E o programa era isso, não era nada técnico. Tanto que para mim, o Ponto P sempre foi sobre relacionamentos, não sexo. É que o relacionamento pressupõe o sexo.

Quais são seus planos futuros para o Acredita Bonita?

O Acredita, Bonita! é o meu trabalho e eu preciso que ele renda frutos e, para isso, eu preciso de patrocínio. Entretanto, a ideia é aumentar o site, incluir vídeos…

Tirando as questões físicas, qual a diferença da Penélope de hoje para a de dez anos atrás?

Eu sou mais feliz, mais segura. Na verdade, eu sempre fui feliz. Eu me sinto mais segura, mais capaz.

Qual é a principal regra para quem quer mudar a forma?

A principal coisa é mudar a cabeça. As pessoas precisam entender que não é por um tempo, não é um projeto. É um estilo de vida. A mudança tem que ser permanente para que o resultado seja permanente. E é gostoso malhar, a atividade física libera uma química que faz você se sentir bem.

Confira galeria acima com fotos de Penélope Nova.


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Penélope Nova: 'Sou marombeira de coração'