O FBI divulgou nesta quinta-feira (9) um arquivo com 191 páginas com dados que coletou sobre o fundador da Apple, Steve Jobs, no qual menciona seu já conhecido uso de drogas na juventude e até mesmo uma ameaça de bomba.

O documento, divulgado de acordo com a Lei de Liberdade de Informação (FOIA, por sua sigla em inglês), foi feito durante a presidência de George Bush, pois o então líder pensava em nomear Jobs como presidente do Conselho de Exportações do país.

Em 1985, segundo os documentos, alguém tentou chantagear o empresário ao exigir um milhão de dólares para não explodir bombas colocadas em sua casa e na de outros três funcionários da Apple.

A pessoa que estava por trás da ameaça foi localizada num hotel próximo do aeroporto de San Francisco, na Califórnia.

Em relação ao consumo de drogas, Jobs admitiu em que dias antes de seu casamento provou haxixe e LSD.

“Várias pessoas falaram sobre o uso de drogas de Jobs no passado. O senhor Jobs também comentou sobre seu consumo de drogas”, diz uma citação do relatório.

O documento também afirma que “de acordo com os antecedentes proporcionados pelo senhor Jobs, ele não tem parentes próximos que residam em países controlados por comunistas”.

Segundo o FBI, alguns dos entrevistados colocaram em dúvida a integridade do empresário e disseram que era difícil trabalhar com ele. O arquivo deixa claro que o fundador da Apple nunca foi condenado por nenhum delito, mas questiona a honestidade do gênio da informática.

Muitas pessoas entrevistadas “questionaram a honestidade do senhor Jobs, afirmando que ele não diria toda a verdade e distorceria a realidade para conseguir seus objetivos”, acrescenta o FBI.

Apesar dessas dúvidas, os autores do relatório disseram que não viam razões para que empresário não assumisse o cargo oferecido por Bush.

Para realizar o documento, o FBI entrevistou trinta pessoas, entre elas vizinhos e colegas de trabalho de Jobs.

O texto afirma que embora tenha se reunido com funcionários da Apple, a empresa se mostrou pouco cooperativa com o Conselho de Exportações.

Naquela época, Jobs tinha deixado a Apple e era presidente da Next e presidente e executivo-chefe da companhia de animação Pixar.

Entrevistar o próprio Jobs para o relatório também não foi fácil, segundo afirmam os agentes do FBI, que informam que a secretária do gênio da tecnologia comunicou que Jobs não estaria disponível durante três semanas e não poderia dar “nem uma hora” de atenção para eles.

Jobs morreu em 5 de outubro de 2011, aos 56 anos, após uma longa batalha contra um câncer que o obrigou a renunciar, três meses antes, ao seu posto como executivo-chefe da Apple.


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Arquivo do FBI sobre Steve Jobs cita uso de drogas, ameaça de bomba e até comunismo