O ex-presidente americano George W. Bush não mentiu para levar os Estados Unidos à invasão do Iraque em 2003 porque tinha a convicção de que havia no país armas químicas e radioativas, segundo o ex-assessor político Karl Rove.

Considerado pela imprensa política americana como eminência parda do Governo Bush, Rove publicou suas memórias no livro “Courage and Consequence”, de 516 páginas.

“A Guerra do Iraque teria ocorrido sem as ‘armas de destruição em massa’? Duvido”, diz Rove na obra.

George W. Bush sustentou que o regime de Saddam Hussein possuía armas químicas, biológicas e radioativas e que sua resistência a mostrá-las e desfazer-se delas justificava uma intervenção militar estrangeira.

Com esse argumento, Bush obteve em 2002 uma autorização do Congresso para usar os meios que considerasse necessários para eliminar o suposto arsenal que estava no Iraque.

Em março de 2003, os EUA invadiram Iraque. Durante meses, equipes de especialistas militares americanos procuraram as “armas de destruição em massa” e nunca as encontraram.

“É muito pouco provável que o Congresso tivesse apoiado a resolução sobre o uso da força sem a ameaça das ‘armas de destruição em massa'”, escreve Rove.

“O próprio Governo Bush provavelmente teria buscado outros meios de conter Saddam, conseguir uma mudança de regime e lidar com as horrorosas violações dos direitos humanos no Iraque”.

Rove sugere no livro que Saddam pode ter destruído a maior parte de seu arsenal proibido ou pode ter levado esse material para países como a Síria antes da guerra.

“Mas não me iludo: o fato de não encontrarem os arsenais proibidos causou um grande dano à credibilidade do Governo (de Bush)”, acrescentou o ex-assessor.


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Bush não mentiu quando decidiu invadir Iraque, afirma ex-assessor