Nos últimos meses o noticiário bombardeou com informações sobre a crise financeira internacional. Todos os dias surgiam novas informações sobre demissões, fechamento de empresas, fábricas e quebra de bancos. Mas será que isso afetou o comportamento do consumidor brasileiro?

O comportamento de manada era esperado, com as pessoas seguindo o que acontece em todo o mundo e reduzindo a compra de produtos, temendo o cenário obscuro. No entanto, isso não aconteceu, conforme aponta uma pesquisa recém-concluída pela Officina Sophia. Segundo o levantamento, cerca de 40% dos brasileiros continuam consumindo normalmente. As informações foram publicadas na edição desta quinta-feira (4) do jornal O Estado de S.Paulo.

Segundo o levantamento, os consumidores mais pessimistas seguem fazendo suas compras, mas com pequenos ajustes. Agora, eles dão prioridade para os itens de primeira necessidade. O objetivo desse estudo foi identificar quais são as novas oportunidades para as empresas neste momento de depressão mundial.

De acordo com a publicação, a pesquisa ouviu 500 pessoas de todas as classes sociais na Grande São Paulo. A região é considerada um espelho do consumo no restante do Brasil. A pesquisa detectou que existem cinco diferentes perfis de consumidores de acordo com a forma que eles reagiram à crise na hora de ir às compras. O grupo dos otimistas e dos controlados representam 40% da amostra e não reduziram os gastos com produtos e serviços. Sendo que, em alguns casos, houve até aumento.

Dentre os otimistas, 73% mantiveram as despesas com academia, e 4% deles até aumentaram os gastos com esse serviço, por exemplo. Já 67% dos consumidores tidos como “controlados” continuaram gastando as mesmas cifras com roupas e calçados apesar da crise, e 6% deles enquadrados nesse perfil aumentaram os desembolsos com esses itens.

Para os responsáveis pela pesquisa, o fato do consumidor não ter entrado em pânico e cortado os seus hábitos de consumo revelou uma diferença em relação às outras crises. O esperado era o efeito de manada, referência ao grupo de elefantes que correm em direção a um lugar sem que nem todos saibam o que está acontecendo.


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Consumidor mantém hábitos mesmo com a crise