No último fim de semana, São Paulo recebeu dois megafestivais de música, que reuniram cerca de 57 mil pessoas: o Maquinária Fest, na Chácara do Jóquei, e o Planeta Terra, no Playcenter. Juntos, os eventos promoveram shows de vários grupos brasileiros e quase 20 artistas internacionais do primeiro time do rock, do pop e da música eletrônica. 

Com tanta coisa boa para se assistir, os resultados acabaram sendo muito positivos. As críticas da mídia foram as melhores possíveis acerca dos dois festivais, que, em vez de concorrerem diretamente, dividiram bem os públicos no sábado nas duas praças de shows: os mais roqueiros foram para o Maquinária, enquanto os indies invadiram o Planeta Terra.

“Acredito mesmo que o festival tenha sido um sucesso, com a locação comportando perfeitamente o evento, que seguiu pontual e agradável para todos os presentes”, explicou Pablo Fantoni, diretor-geral do Planeta Terra. “O Playcenter também adorou o evento e a direção do parque ficou muito feliz com o resultado.”

“Ficamos muito satisfeitos com o resultado final. Resolvemos o problema do acesso à Chácara do Jóquei (onde o festival foi realizado) e ficamos contentes com a recepção do público”, comemorou Mac Chrasler, cabeça da organização do Maquinária.

Público

Os números oficiais da organização do Maquinária apontam 40 mil pagantes nos dois dias de evento, sendo que 24 mil compareceram ao primeiro e 16 mil ao segundo. Os números da primeira noite do evento conflitam com os apenas 10 mil estimados pela Polícia Militar, mas não abalaram a confiança da organização.

“Bom, só a pista Premium do nosso primeiro dia tinha 5 mil pagantes, o que mostra que esse formato dá um bom retorno”, explicou Chrasler. “A pista normal também esteve próxima do palco e tanto nós quanto o público ficamos satisfeitos com a visão e com a qualidade do som.”

Entre os responsáveis pelo Planeta Terra, o clima também era de comemoração com os números do festival, que oficialmente totalizaram 17 mil pagantes. Mesmo com preços mais em conta dos que os do outro festival – o Maquinária cobrou R$ 200 a entrada inteira -, a produção viu um bom retorno e já vislumbra a próxima edição.

“Quem comprou o ingresso de primeiro lote pagou R$ 80 na inteira e R$ 40 na entrada de estudante”, continuou Fantoni. “Isso também ajudou no crescimento do festival e do público”.

Perfil e problemas

No Terra, um problema no fosso reservado aos fotógrafos acabou deixando alguns profissionais machucados e causando prejuízos materiais a quem fotografava Iggy Pop durante a já tradicional invasão de palco durante o show do The Stooges.

Segundo a produção, todos os prejuízos causados serão assumidos pela empresa de segurança Homens de Preto, responsável por todos os agentes no local. Mas, apesar da confusão ter sido feia, o festival pode sim ser considerado um sucesso, graças à sua bela ação de marketing e ao estabelecimento de um perfil determinado para atrair os fãs.

“Essa fórmula que nós estamos usando desde 2007 já se mostrou vencedora. Sempre optamos por esse formato com dois palcos, mas que não é simplesmente separar metade das bandas para cada lado”, explicou o diretor-geral do Planeta Terra. “Cada ano traçamos um perfil diferente para o evento, o que nos dá sempre um produto final diferenciado. Nesta edição, a locação nos ajudou muito a conseguir sucesso.”

Do lado do Maquinária, a chuva quase melou a pontualidade seguida à risca pela produção, que emendava um show no outro com um acerto de horários britânico. Apesar de ter recebido reclamações sem muito sentido do CONTRU (Departamento de Controle do Uso de Imóveis), o único problema detectado pela imprensa no festival foi a limitação do número de fotógrafos no fosso no segundo dia de evento e as filas um pouco demoradas para o acesso do público à pista Premium.

“A comunicação entre o palco principal e o palco MySpace foi perfeita durante os dois dias de evento. A iniciativa foi um sucesso total”, celebrou, com muito gosto, o produtor do festival. “Por isso, fizemos questão de confirmar a edição de 2010. Queremos continuar até 2050.”

No ano que vem… 
 
Na esteira de tanto sucesso, o Maquinária quer ser ainda maior em 2010. De acordo com Chrasler, a organização já está de olho em outras atrações e pretende levá-lo para um lugar ainda maior. “Apesar de ter adorado o resultado, acho que a Chácara do Jóquei não comportará o evento”, divagou o produtor. “Queremos realizar um festival ainda maior, com mais conforto para o público e menos problemas de logística.”

“Temos alguns nomes em mente e já estamos em negociação com algumas atrações”, continuou. “Vamos anunciar o festival com seis meses de antecedência e as datas vão variar de acordo com a disponibilidade das agendas. Talvez iremos para um lugar mais longe do centro de São Paulo e o evento será um pouco mais próximo do meio do ano.”

O Planeta Terra 2010 também já enche os olhos de Pablo Fantoni, que vislumbra a próxima edição nos mesmos moldes vencedores que a organização segue desde 2007, quando o evento foi realizado pela primeira vez.

“Já estamos negociando uma quarta edição do Planeta Terra, que possivelmente voltará a acontecer no Playcenter. Afinal, a direção do parque ficou muito feliz com a publicidade e com a realização do show no local”, declarou o diretor. “A localização é ótima e facilita o deslocamento do público até o evento. Todo mundo elogiou a localização e o clima todo especial que o lugar proporcionou a todos os presentes. Um sucesso!”


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Felizes com os resultados deste ano, Maquinaria e Planeta Terra já planejam 2010