A delegação de ministros de Relações Exteriores de oito países da Organização dos Estados Americanos (OEA) chegou nesta quarta-feira (7) ao Hotel Clarion, onde ocorrerá a reunião com os emissários do presidente deposto, Manuel Zelaya, e do presidente de fato, Roberto Micheletti, para tentar acabar com a crise que dura mais de cem dias.

A delegação é chefiada pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza e chega com a expectativa de dificuldade para obter o entendimento entre os dois líderes. Da embaixada do Brasil, o presidente deposto disse, depois da chegada da missão a Tegucigalpa, que espera voltar à presidência antes de 15 de outubro. Já Roberto Micheletti aposta numa negociação que garanta a permanência dele no poder pelo menos até o dia 29 de novembro, data marcada para as eleições presidenciais no país.

Segundo o embaixador Brasileiro na OEA, Ruy Casaes, as duas partes têm estratégias próprias “que fazem parte do jogo”. “A função da comunidade internacional é auxiliar os hondurenhos a buscar o entendimento. Quando duas partes entram no processo de negociação elas entram com posições extremas. O fato relevante é sentarem à mesa para que possam chegar a um diálogo e uma solução.”

Casaes, no entanto, reforçou que a comunidade internacional não vai reconhecer as eleições, caso Zelaya não seja restituído no poder. “Vários países já disseram, de uma forma coesa, que não vão reconhecer os resultados das eleições se não tiver havido a restauração da ordem democrática, o que significa o regresso do presidente Zelaya às suas funções.”

A delegação da OEA negocia visitas ao presidente de fato, Roberto Micheletti, ao presidente deposto, Manuel Zelaya, que continua cercado pelos militares na embaixada brasileira no país.


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Missão da OEA chega a Honduras para tentar pôr fim à crise