Na terra do sonho americano, Barack Obama derrubou tabus e demonstrou que qualquer um pode conseguir o que quer, e agora a Disney rompe mais uma barreira e dá vida a Tiana, sua primeira princesa negra, que aparecerá para o grande público em dezembro.

Tiana, a primeira princesa da Disney em mais de uma década, se juntará à ilustre lista de nobres criada pelo estúdio, formada por Branca de Neves, Cinderela, Bela Adormecida, Ariel, Bela, Jasmine, entre outras.

No momento em que os afro-americanos estão ocupando lugar de destaque nos EUA, Tiana será a protagonista de A princesa e o sapo, cuja estreia nos EUA está prevista para 11 de dezembro.

A partir dessa data, se descobrirá o romance que a princesa viverá com o príncipe Naveen, que terá a voz, em sua versão original, do brasileiro Bruno Campos.

Como forma de ir preparando o ambiente, os estúdios Disney lançaram em fevereiro uma linha de brinquedos inspirados nos personagens do filme, cuja protagonista terá a voz da atriz e cantora Anika Noni Rose (Dreamgirls: em busca de um sonho).

“Gosto dos filmes da Disney desde que vi Fantasia, Bambi e Mary Poppins quando era pequena”, afirmou Rose. “Sempre quis dublar um filme da Disney, desde antes mesmo de saber que queria ser atriz. É um sonho que virou realidade”, completou.

A princesa e o sapo é um conto baseado em A princesa enfeitiçada, um romance para adolescentes escrito por E.D. Baker e que se passa na Nova Orleans da década de 1920.

O filme marca o retorno da Disney aos musicais, com uma trilha sonora de Randy Newman (Oscar em 2002 por Monstros S.A.), e à animação tradicional.

Tiana é um tipo de princesa diferente. Teve uma infância fácil e não está esperando que chegue alguém e mude sua vida. Tem uma visão e um plano”, explicou Rose sobre sua personagem no filme, dirigido por Ron Clements e John Musker, que já se encarregaram de A pequena sereia (1989) e Aladdin (1992).

Na animação, Tiana é uma jovem garçonete e chef talentosa cujo sonho é ser proprietária de um restaurante. Mas sua vida muda ao beijar um sapo e se transformar em rã. Com isso, começa uma viagem para encontrar a cura.

“Trabalhamos de perto com muitos líderes da comunidade negra, de todo o país, para assegurar que estamos fazendo algo de que as famílias afro-americanas se sintam orgulhosas”, disse ao jornal The Washington Post o diretor criativo dos estúdios Walt Disney, John Lasseter.

Lasseter explicou que foi ideia de Clements e de Musker transformar Tiana em uma princesa negra e ressaltou que ela será uma das heroínas mais “fortes” até o momento da Disney, apesar de a criação do personagem ter nascido com polêmica.

Nos primeiros roteiros elaborados, a princesa se chamava Maddy, abreviatura de Madeleine, e trabalhava como criada de uma família branca, características que alguns relacionaram com o passado e a escravidão.

Inclusive o fato de que seu par no filme, o príncipe Naveen, não ser negro, incomodou em alguns círculos. “Eu não vejo problema”, disse Melanie Brown, ex-integrante da banda Spice Girls. “Deveríamos aplaudir as relações inter-raciais e ter uma mentalidade mais aberta”, completou.

As princesas da Disney foram o espelho para onde0 milhões de meninas e adolescentes olhar desde que, em 1937, a Branca de Neve apareceu pela primeira vez.

Hoje, os estúdios Disney, através da fabricante de brinquedos Mattel, possuem uma linha de desenho, moda e decorações com esses personagens como protagonistas, que deram à companhia lucro de US$ 4 bilhões em escala mundial.

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Na onda da Obamania, Disney lança sua primeira princesa negra