Todo mundo já deve ter ouvido falar que “entre quatro paredes vale tudo”, certo? De fato, existem pessoas que gostam de fugir do tradicional e buscam o prazer das mais diferentes formas possíveis. Uma maneira bizarra de sexo que vem ganhando popularidade é, sem dúvidas, a que envolve práticas sadomasoquistas.

Exemplo do aumento de interesse e do número de praticantes está estampado na capa da revista Playboy do mês de março. O fetiche sadomasoquista é usado como tema das fotos e, deste modo, não faltaram chicotes, algemas e outros objetos de “castigo” e “sacrifício” nesta edição.

Mas, apesar desse sucesso todo, você sabe do que se trata e como funciona o sadomasoquismo? Se não sabe, fique tranqüilo: a gente te ajuda a entrar neste universo ainda pouco explorado…

A origem do termo sadomasoquismo vem da relação entre duas tendências opostas: o sadismo e o masoquismo. O primeiro revela a busca de prazer em atos que façam com que o parceiro sofra. O sádico seria, portanto, o dominador. Por outro lado, o masoquismo leva a pessoa a sentir prazer quando recebe sofrimento físico e moral dos outros. Ou seja, masoquista é aquele que gosta de ser dominado.

Como já diria um trecho de uma das mais belas e românicas letras da MPB, “um tapinha não dói”. Será mesmo? Quem responde a estas e outras perguntas é a Dra. Carmita Abdo, psiquiatra e coordenadora do Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

Quando perguntada se o sadomasoquismo pode ser considerado um transtorno ou uma prática doentia, a dra. Carmita foi enfática. “O sadomasquismo pode, sim, ser considerado um transtorno caso os parceiros não encontrem outros meios de sentir prazer. O casal não pode se tornar refém e virar prisioneiro deste ato. Mas, se praticado uma vez ou outra, não há problemas e é até uma variação legal na hora do sexo”, afirma.

Ela diz que os últimos estudos deixam uma dúvida sobre a posição médica com relação ao assunto. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o sadomasoquismo como um transtorno de preferência sexual, já que o sexo deve ser feito para buscar prazer e não dor, mas alguns médicos acreditam que, se ambos os praticantes estiverem de acordo, não há anormalidade nenhuma no ato”, revela.

É importante deixar claro também que o sadomasoquismo não se caracteriza somente pelas agressões físicas: xingamentos, humilhações e ofensas verbais também fazem parte do vasto repertório que marca este universo sexual.

Se interessou? É sempre bom praticar coisas novas e aderir a outros tipos de opções na busca pela satisfação sexual. Mas é bom pegar leve e não sair por aí distribuindo tapas em todo mundo, né?


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“Bate que eu gamo!”. Por dentro do sadomasoquismo