Se você é daquele tipo de pessoa que não pára em casa e costuma ir sempre pras baladas, então já deve ter visto uma cena que está ficando cada vez mais comum nos bares e danceterias espalhados por aí: duas pessoas do mesmo sexo se beijando.

Até aí, você pode pensar: “tudo bem, o homossexualismo tá ganhando espaço e as pessoas tão assumindo a opção sexual com mais naturalidade”. Mas, não. Não é de gays que estamos falando.

A “moda” agora, pelo menos pra alguns jovens, é ir pra balada e simplesmente beijar, sem discriminação. Homens e mulheres, na mesma noite. Pra quem não tá acostumado, essa nova onda pode causar um pouco de espanto.

“A primeira vez que aconteceu isso comigo foi engraçado. Eu tava secando uma menina, olhando sem parar e, quando finalmente tomei coragem e fui chegar nela, eu vi aquela gata sensacional simplesmente olhar pra mim, dar um sorriso e agarrar loucamente a amiga dela. Fiquei sem reação, um pouco assustado. Mas, depois disso, ela sorriu denovo e veio falar comigo. Acabamos ficando juntos o resto da balada…”, conta Rafael Batista, 20, estudante de publicidade.

Já para a estudante Marília Hernandes, 18, beijar outras meninas na balada é algo normal. “Gosto de homens, mas não vejo problema nenhum em beijar outras meninas. Sempre rola, principalmente com alguma amiga”, afirma.

Mas será que essa vontade de beijar pessoas do mesmo sexo é apenas modinha ou já define se o jovem tem tendência à homo ou à bissexualidade? Para tirar nossa dúvida, conversamos com a Dra. Sandra Vasques, que é psicóloga e terapeuta sexual. Se liga só no que ela disse:

“O fato de beijar ou até mesmo de transar com pessoas do mesmo sexo de vez em quando não quer dizer que ele(a) seja bi. A orientação sexual é definida pelo desejo e pela mistura de atração física e afetiva. Beijar na balada pode ser só por empolgação, por curiosidade ou então para imitar o comportamento dos amigos”, explica.

Por falar em imitação de comportamento, a Dra. Sandra diz que o jeito com que os famosos se comportam também influencia na propagação desse gosto. “Quando uma jovem vê a Madonna beijando a Britney Spears de língua, por exemplo, ela acha que aquilo é legal e que vai fazer sucesso”, afirma.

Por ser uma junção de hetero com homossexualismo, a bissexualidade deve ser encarada com mais naturalidade e, conseqüentemente, sofrer menos preconceito, certo? Errado!

A psicóloga explica que o efeito é justamente o oposto. “Não existem dados específicos que demonstrem isso, mas, de acordo com alguns artigos, o que se percebe é que a tendência é haver um preconceito ainda maior, por vários motivos. Os homossexuais acreditam que os bi não têm coragem de assumir a real orientação e que são medrosos e indecisos. Enquanto isso, os hetero pensam que os bi são confusos e que estão passando por uma fase ‘estranha’. Por tudo isso, eles são julgados e não são aceitos por nenhum dos dois”.


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Bissexualismo: será que é só modinha?