Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 630 milhões de pessoas estão infectadas pelo HPV (Papiloma Vírus Humano) em todo o mundo. Os estudos mostram que 50 a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos do vírus ao longo da vida.

Pessoas com infecções preexistentes, taxa de imunidade baixa e fumantes são as que têm maior tendência a desenvolver a doença. Muitas delas são apenas portadoras que não apresentam os sintomas e sinais, mas mesmo assim precisam de tratamento para evitar a transmissão.

“Eu não apresentava nada, não sentia nada, nem dor, nenhuma alteração. Eu fui ao médico, descobri uma ferida no útero e fiz os exames e aí acabei sabendo que tinha HPV. A gente nunca imagina que pode acontecer com a gente. Fiquei com muito medo de não poder ter filho, medo de uma série de coisas né, de desenvolver um câncer”, disse Vera, estudante de direito de 26 anos (o nome é fictício).

Para evitar casos como esse, a Dra. Nabiha Saadi Abrahão Taha, da Unifesp, afirma que, para as mulheres, o exame mais importante a ser feito anualmente é o citopatológico (exame preventivo de Papanicolaou). “Se o homem apresentar lesões, deverá ser submetido a exame urológico que inclua a peniscopia”, recomenda. Mas a realidade é diferente, pois apenas 15% das mulheres fazem regularmente os exames preventivos e o Ministério da Saúde revelou que, a cada ano, são registrados 137 mil novos casos.

Há mais de 100 tipos de HPV. Alguns podem causar tumores benignos, como verrugas, e são considerados de baixo risco. Outros tipos, como o 16 e o 18, são vírus de alto risco e podem provocar lesões precursoras do câncer. O vírus é responsável por 90% dos casos de câncer de colo uterino na mulher brasileira, mas a presença dele não causa necessariamente o câncer.

Segundo a Dra. Nabiha, se o câncer estiver na fase inicial, a paciente fará o tratamento e ficará curada. “Já nas fases mais adiantadas não se pode falar em cura, mas em controle da doença.”

Em recente pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, 42% das grávidas têm pelo menos um tipo de DST, sendo que 40,4% delas tinham o HPV. “Pode haver a transmissão vertical (da mãe para o recém-nascido), embora esta possibilidade seja rara. Uma conseqüência potencial da transmissão vertical do HPV é a papilomatose respiratória recorrente, que é o crescimento epitelial benigno no trato respiratório. Na laringe, esses crescimentos podem ocasionar rouquidão e obstrução das vias aéreas, o que é potencialmente fatal”, diz a Dra. Nabiha.

Cientistas ainda tentam desenvolver medicamento não só para prevenir, mas também para tratar pessoas que tenham o vírus. A Anvisa recomenda a vacina para todas as meninas e mulheres entre 9 e 26 anos. A estudante de direito Vera aprova: “Eu acho que é uma boa a vacina pra o HPV, só que eu acho que ao mesmo tempo é mais um motivo pra elas deixarem de usar preservativo, que eu acho que é uma coisa muito, muito importante”.


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HPV: Defenda-se contra a DST mais comum no mundo