Namorar à distância é sempre complicado, às vezes chega a ser um martírio ter que viajar todo fim-de-semana para passar só dois dias ao lado de quem você ama. Pior que isso é namorar alguém de um tipo de cidade diferente (como um casal formado por uma pessoa de uma cidade grande e a outra de cidade pequena).

Normalmente, pessoas da cidade grande reclamam que no interior não é possível fazer nada sem que a cidade toda fique sabendo. “Meu namorado é de Araguari, Minas Gerais, e eu de São Paulo. Aqui nós encontramos pessoas de vez em quando, mas quando vamos para lá é aquela coisa de ter que encarar a todos. Ex-namoradas, ex-casos, família, tudo”, é o que diz Gisele Pacheco, 22 anos.

As cidades pequenas tem a fama de serem difíceis de esconder segredos. Correm notícias sem que ninguém precise abrir o jornal. E é essa a principal reclamação de quem mora em grandes metrópoles. “Não dá, não vou à cidade da minha namorada nem arrastado. Eu chego lá e me tratam como se eu fosse um ET. No dia seguinte, a cidade toda fica me olhando torto e todo mundo já sabe até a cor da cueca que eu estou usando. Motel? Nem pensar. Se a gente se beijar na rua já vão dizer que ela não tem respeito”, afirma, Leandro Vasconcelos, estudante, 19 anos.

Mas, os interioranos também têm suas reclamações. “Minha namorada se queixa de ter que vir à minha cidade. Eu acho essa loucura de São Paulo muito pior. Todo lugar tem trânsito, você não pode andar com o vidro do carro aberto, todos estão sempre com pressa e ninguém se conhece. Como pode duas pessoas morarem no mesmo prédio e nem saberem o nome uma da outra?”, diz Francisco Honorato, 23 anos, mora em São Paulo e nasceu em Cornélio Procópio, no Paraná.

A verdade é que as pessoas que vêm do interior para a cidade grande sentem falta do sossego da cidade pequena, enquanto os moradores das grandes metrópoles, em sua maioria, não trocam sua cidade por nada. Mesmo assim, a disputa entre interior e capital continua gerando casais felizes, que vão continuar a eterna briga.


int(1)

Interior x capital: o namoro pode dar certo?