Segundo Harriet Worobey, consultora de nutrição infantil, os pais cometem seis grandes erros na alimentação dos filhos. Em matéria publicada no “New York Times”, ela ensina o que não se deve fazer na educação alimentar.

1. Mandar as crianças para fora da cozinha

Segundo Worobey, é importante que as crianças se envolvam com o processo de preparação da comida, a fim de que eles se interessem por novos pratos. Num estudo da Universidade de Columbia, cerca de 600 crianças que tiveram aulas de nutrição no currículo tentaram comer mais vegetais e grãos. Dentre essas, as que chegaram a cozinhar suas refeições em workshops acabaram pedindo esses alimentos no refeitório da escola.

2. Obrigar a dar uma provadinha

Apesar de soar razoável, essa pressão para que a criança ao menos experiemnte costuma sair pela culatra. Pesquisas mostram que as crianças reagem negativamente a essa pressão, mesmo que haja alguma recompensa envolvida.

A melhor forma é colocar a comida na mesa e encorajar a criança a tentar, sem reclamar se houver recusa, nem oferecer agrados se ela comer. Apenas pergunte se ela quer algo mais, mas o fundamental é manter uma postura neutra.

3. Manter alimentos “legais” fora do alcance

Restringir uma comida que a criança goste apenas aguça a vontade que ela tem de comer, segundo um grande conjunto de pesquisas. Um estudo na Pensilvânia separou crianças em dois grupos. O primeiro teve acesso ilimitado a biscoitos de pêssego e maçã, duas iguarias que elas haviam classificado como “passáveis”.

O segundo grupo foi servido de outros biscoitos em pratos, enquanto os biscoitos de maça e pêssego foram postos num pote transparente no meio da mesa. As crianças foram autorizadas a comer os biscoitos do pote após dez minutos. O consumo foi triplicado em comparação com os que foram servidos nos pratos.

Aos pais, o conselho que fica é: não compre nada que seja preciso proibir. É melhor comprar alimentos saudáveis e dar livre acesso às crianças.

4. Fazer dieta na frente das crianças

Crianças tendem a imitar os hábitos alimentares de seus pais, rejeitando comidas que eles evitam.

Um relatório da revista “Health Psychology”, em 2005, notou que mães que se preocupam com o peso influenciam suas filhas a não ganhar massa. Porém, dietas restritivas não funcionam com todo mundo, o que pode levar a distúrbios alimentares nos jovens.

5. Servir vegetais “chatos”

Pais que contam calorias acabam oferecendo legumes e verduras a vapor, o que não surpreende que as crianças sejam relutantes na hora de comê-los. Disfarçar, temperar e ornamentar o sabor desses alimentos não deve ser um problema. Molhos, manteiga, queijos e outros acompanhamentos podem realmente aumentar o apelo desses alimentos ao paladar das crianças.

Um pouco de gordura adicional ajuda a dissolver determinados nutrientes, e o ganho na alimentação da criança compensa o pouco de lipídios adicionais.

6. Desistir cedo demais

Pais que admitem uma derrota em relação à alimentação dos filhos perdem a oportunidade de ver que as mudanças alimentares ocorrem com o tempo.

Segundo Worobey, os pais devem continuar oferecendo pratos saudáveis a seus filhos, uma vez que a dinâmica entre irmãos, muitas vezes de competição e admiração, e as novas amizades podem influenciar os hábitos da criança.

“Como pai, você vai fazer decisões a respeito do que você quer servir à mesa”, diz Worobey. “Mas é preciso relaxar e notar que as crianças ficam diferentes a cada dia.”


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Os 6 erros mais comuns na educação alimentar