Os pesquisadores analisaram pela primeira vez na história o pó da superfície de um asteroide que possibilitou compará-lo com o material recolhido na Lua e os meteoritos caídos na Terra para continuar com o estudo das origens do Sistema Solar.

A revista Science publica esta semana um especial com dados preliminares de seis trabalhos que estão em andamento sobre a análise do material recolhido e utilizado outra vez na Terra em 2010 pela sonda japonesa Hayabusa.

A nave não tripulada, cujo nome em japonês significa “falcão peregrino”, foi lançada em 2003 rumo ao asteroide Itokawa, descoberto por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) em 1998. Este corpo celeste recebeu este nome em homenagem a Hideo Itokawa, o pioneiro da pesquisa espacial japonesa.

Em 2005, aterrissou na superfície de Itokawa, classificado como asteroide de tipo S por sua composição siliciosa, para tirar mostras.

Hayabusa retornou a Terra em 2010 e desde então equipes de pesquisadores de todo o mundo passaram a analisar seu conteúdo, cujos primeiros resultados estão sendo divulgados desde a relação com os meteoritos caídos na terra e os diferentes elementos até os que estiveram no espaço.

Os asteroides são considerados os “restos” que ficaram após a formação do Sistema Solar, por isso os cientistas destacam que seu estudo é fundamental para entender nossas origens, já que abrigam o material mais antigo viável para extrair dados.

Por sua vez, o professor Misuru Ebihara, da Universidade Metropolitana de Tóquio e pesquisadores da Austrália e dos Estados Unidos decomporam pequenos grãos para analisar sua composição mineral.

Os primeiros resultados de Ebihara indicaram que essas partículas conservaram um “recorde” de elementos primitivos da era adiantada do Sistema Solar, que agora serão comparados com dezenas de milhares de meteoritos que caíram na Terra.

Segundo os estudiosos, a superfície do asteroide foi desgastada pelo impacto com outros corpos celestes, enquanto a Lua esteve mais exposta aos ventos solares e à erosão do próprio espaço.

Quanto ao tempo que ficou exposto no espaço, o professor Keisuke Nagao, da Universidade de Ibaraki, e sua equipe estimam que ele exista há quase oito milhões de anos.

Além disso, estabeleceram um vínculo direto entre os isótopos de oxigênio encontrados nos condritos dos meteoritos descobertos na Terra, a maioria, procedentes do tipo S, como este.

Um asteroide pode ser o próximo destino do homem no espaço. A Nasa (agência espacial americana) anunciou seu interesse em voltar a retomar a prospecção espacial além da órbita terrestre baixa, que também incluiria uma viagem a Marte para o ano 2030.


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Pesquisadores analisam pela 1ª vez pó de superfície de asteroide