Para muitas, ele já foi um salva-vidas, para outras um elemento repressor. Mesmo assim, o sutiã (do francês soutien, que significa suporte) permaneceu vivo desde o seu surgimento, em 1889. A patente, que pertence a Warner Bros, já rendeu mais de US$ 15 bilhões em menos de 30 anos de existência. Ainda assim, em sua idéia inicial, servia para livrar as mulheres aristocratas do espartilho, roupa íntima que fazia muitas delas desmaiarem por falta de ar.

Muito tempo depois, na década de 60, uma legião de feministas queimou um punhado de sutiãs, pois acreditava que a peça era um símbolo da repressão masculina.
Mas, afinal, o que o sutiã representa nos dias de hoje?

“Atualmente, eu observo que as mulheres vêem bem mais as lingeries como objeto de sensualidade e não como suporte ou repressão. Mesmo o que é considerado simples, tem a pretensão de aumentar os seios ou levantá-los”, relata a consultora de moda Sabina Donadelli.

Para a universitária Paula Monteiro, 18 anos, o sutiã não tem nada de repressor.
“Os considero sensuais, pois deixam os homens a desejar quando escondemos os peitos”, diz ela.

Sabina ainda conta que a moda das peças íntimas vive como uma balança: ora pende para os bustos avantajados, ora para os menores. “Na década de 90, por exemplo, a idéia era se aproximar do magro, off-wide, minimalista. Era bonito não ter peito”.

“É possível criar uma nova realidade com lingeries coloridas e diferentes. Deixa o ambiente mais excitante e, eventualmente, aumenta a auto-estima da mulher. Ela se sente mais poderosa!”, conta Regina Paiva, 27 anos, advogada.

Alguns mitos:
A cor bege, ao contrário do que pensam, não é considerada desestimulante. Muitas mulheres optam por esta cor. O que importa é a fixação da roupa na pele.

As cuecas também são outras peças que foram consideradas masculinizadas e grandes, mas que, para muitos homens, são mais divertidas. “Acho que elas ficam bem mais divertidas e, às vezes, até mais femininas”, conta o estudante Eduardo Ribeiro, 17 anos.

Transparentes, com bojos ou sem, de seda ou náilon e com cordinhas que viram e desviram nas mais variadas posições. As tecnologias têm aprimorado os sutiãs para todas as vontades e contornos. Atualmente, existem testes para sutiãs que detectam até câncer de mama!

Veja os formatos para cada tipo de busto:

Com aro e sem bojo: para mulheres com seios fartos que desejam deixá-los menores.
Com aro e com bojo: para quem já está com os bustos flácidos, ou até para quem quer valorizar, sejam grandes ou pequenos.
Com push-ups e bojos: ideal para quem tem peitos pequenos, pois os deixam levantados e maiores.
Tops ou de sustentação: ideal para gestantes que precisam deixá-los no lugar. Além disso, é ótimo para fazer esportes, principalmente para quem tem seios grandes.
Sutiã de taça: para seios médios a grandes, pois a marca superior do peito é valorizada.
Tomara-que-caia: para qualquer tipo, desde que no tamanho adequado. Só tome cuidado se tiver peitos grandes demais. Prefira cores escuras para não ficarem ainda mais em destaque e sempre com aros, para não ficarem caídos.
Sutiã de silicone: o mesmo caso do tomara-que-caia, ele não é ideal para quem tem peito demais, a não ser que a blusa seja justa para deixá-los firmes.

É importante que as mulheres usem o tamanho e o tipo correto de peça. O Dr. José Roberto Filassi, mastologista e chefe do ambulatório de mastologia do Hospital das Clínicas, adverte que o mau uso do sutiã pode causar dores tanto nos seios, quanto nas regiões próximas. Ele também indica o algodão como preferência de tecido, pois os demais podem causar alergia e irritação na pele. “Às vezes, pode acontecer até uma confusão quanto ao diagnóstico dessas alergias, algumas pessoas crêem ser câncer de papila (mamilos) e acabam se medicando inadequadamente”, relata. E na hora de perguntar das vantagens do uso, ele exclama: “São infinitas as vantagens. Os ligamentos das mamas se mantêm firmes graças ao sutiã. Toda mulher deve usá-lo!”.

Se você ainda vê o sutiã como símbolo da repressão, veja que da década de 60 nem tudo foi perdido. Ainda que reformulado nos padrões de hoje, ele se transformou num emblema do poder feminino e cuidado físico. Portanto, não deixe de usá-lo, mesmo que seja um bem discreto!

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Sutiã: da repressão à sensualidade