O WikiLeaks, site que revela segredos de estado para a população em nome da transparência na política, foi indicado nessa quarta-feira (02) ao Prêmio Nobel da Paz.

O site comandado pelo australiano Julian Assange foi indicado pelo político norueguês Snorre Valen ao prêmio.

Em sua justificativa pela indicação, Snorre cita o último laureado com o prêmio, o chinês Liu Xiabao. “Xiabao recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano passado por sua luta em nome dos direitos humanos, democracia e liberdade de expressão na China. Igualmente: WikiLeaks contribuiram para a luta por esses valores muito globais, expondo (entre outras coisas) corrupção, crimes de guerra e tortura – por vezes conduzidos até por aliados da Noruega”.

Até os documentos que revelavam negociatas do presidente deposto da Tunísia são citados por Snorre. “WikiLeaks teve uma pequena contribuição para derrubar uma ditadura que já durava mais de 24 anos”.

As inscrições para concorrentes acabaram na terça-feira (01) e podiam ser feitas por membros de qualquer parlamento do mundo, professores de direito e ciência política, e vencedores de edições anteriores do prêmio.

A ideia de Snorre é evitar que o WikiLeaks continue sofrendo ameaças, já que publica documentos que desagradam gente importante de muitos países diferentes, incluindo os poderosos dos Estados Unidos.

“O direito de publicar esse tipo de informação deveria ser protegido, independente do que pensamos sobre parte (ou a totalidade) do material publicado”, explica ele. O político ainda finaliza dizendo ter “orgulho de indicar o WikiLeaks para o Prêmio Nobel da Paz”.

Em 2010, quando o vencedor foi o chinês que estava no corredor da morte chinês, um dos 237 indicados foi a internet. Isso mesmo, a internet foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. O responsável pela indicação foi o editor italiano da revista Wired, Riccardo Luna. Ele justificou a indicação citando, por exemplo as eleições no Irã, no qual a internet cumpriu um importante papel de divulgação da fraude eleitoral.

Mas os indicados são muitos, e a lista ainda vai crescer, já que o painel oficial do prêmio ainda tem até o final do mês para oficializar seus candidatos. “É fácil ser indicado, difícil é vencer o prêmio”, lembra o diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad.

Agora é esperar para ver se Assange e sua turma de anônimos serão reconhecidos como uma arma eficaz para a paz.


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WikiLeaks é indicado para prêmio Nobel da Paz