Em um país profundamente dividido entre cores e classes sociais, com graves cicatrizes causadas pela escravidão, toda e qualquer discussão racial deve ser encabeçada com cuidado, respeito e, acima de tudo, reconhecimento da própria história.

Negar o passado é minimizar a dor de quem sente a discriminação na pele, literalmente, ainda hoje. Mas tentar transformá-lo em um produto descolado, como se a escravidão no Brasil não carregasse uma aura de culpa e vergonha, é ainda pior.

Na moda, a discussão sobre racismo parece ainda galgar os primeiros degraus da evolução.

Mais uma vez, uma marca brasileira derrapou feio na escolha de uma estampa para ilustrar sua coleção. A Farm achou de bom tom homenagear o Brasil colonial em uma estampa polêmica e irresponsável, mostrando escravos pelas ruas do Rio de Janeiro.

A Maria Filó criou uma estampa semelhante há algum tempo. As duas marcas foram fortemente criticadas por internautas, que as acusaram de tentar lucrar com um capítulo trágico da história do país.

Após a polêmica, a marca afirmou que a estampa seria retirada de circulação.

“Esta é a nossa estampa “Rua do Mar”. Ficamos tristes com a repercussão negativa despertada por ela. Não era esta a nossa intenção. Estamos retirando as peças do nosso site e lojas. Pedimos desculpas a todos pelos sentimentos negativos gerados”.


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Após acusação de racismo, Farm retira estampa polêmica de circulação