Com a crise, quais lojas você tem frequentado? Fãs de fast fashion que somos, fomos conferir como andam os preços na Forever 21, a rede mais famosa e idolatrada do mundo no quesito preço baixo.

A sede da empresa fica em Los Angeles, nos Estados Unidos

Reprodução A sede da Forever 21 fica em Los Angeles, nos EUA, onde foi fundada em 1984

A Forever – como é chamada pelos fãs – abriu sua primeira loja no Brasil há dois anos, no Shopping Morumbi, na capital paulista. Mais de mil pessoas ansiosas fizeram fila para se esbaldar nas araras cheias de roupas e acessórios com as já conhecidas pechinchas que fizeram da loja um fenômeno no mundo todo. Até hoje, a cada nova inauguração, os clientes saem em disparada atrás da promessa dos menores preços do mercado. Mas será que ainda vale a pena?

Lá em março de 2014, os produtos mais baratos eram uma regata basiquinha e uma calcinha de renda, ambas custavam R$ 8,90. De lá para cá, a marca se expandiu para 27 endereços brasileiros, mas aquelas peças não continuam mais as mesmas.

A regata agora ocupa sozinha o posto de item mais em conta e custa R$ 14,90, um aumento de 67,42%. Já a lingerie de renda, que saia por R$ 8,90 no primeiro dia de Forever 21 no Brasil, agora não entra na sacola por menos de R$ 19,90. Um aumento de 123,6%.

Se o aumento seguisse à risca os números da inflação, uma simulação é de que a regata deveria ser vendida por R$ 10,65 e a calcinha por R$ 10,65, segundo calculou o economista Leonardo Bastos, Coordenador de Ciências Econômicas e Gestão de Recursos Humanos do Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte.

As calças jeans passaram de R$ 34,90 para R$ 49,90, aumento de 42,98%. Segundo o especialista, se o preço ideal fosse simulado, ela deveria ser vendida por R$ 41,77

Virgula As calças jeans passaram de R$ 34,90 para R$ 49,90, aumento de 42,98%, em dois anos. Segundo o especialista, se o preço ideal fosse simulado, ela deveria ser vendida por R$ 41,77

Dois anos depois e não só estes produtos tiveram reajustes desanimadores para os clientes. Outro aumento expressivo é o do suéter. Antes vendido por R$ 44,90, agora vale R$ 99,90. Um valor 122,49% mais alto. Pela projeção do economista, ele deveria sair por R$ 53,74.

Mas como chegamos a estes valores? O especialista nos explicou que o custo de qualquer produto chega aos clientes depois de passar por uma soma de vários fatores. Primeiro, é repassado o aumento normal referente ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado entre março de 2014 e o mesmo mês de 2016. Neste período, este índice ficou em 19,69%. Ou seja, é absolutamente normal que os números nas etiquetas sejam superiores a isto.

Outro ponto importante e que muito se falou nos últimos tempos é o aumento do dólar. Grande parte das peças é importada e, nestes dois últimos anos, a variação cambial foi de 35,55%, número maior do que a inflação. Conclusão? “As peças com aumento inferior a esta variação são aceitáveis. Acima, não. Os produtos com percentuais acima de 35,55% foram aumentados e geraram maior lucro por peça para a empresa.”, explica o especialista.

E, completa: “esta é uma estratégia que vem sendo utilizada por vários varejistas em função da queda de fluxo de compradores nas lojas. Ou seja, se menos pessoas vão ao meu estabelecimento, preciso compensar com margem maior a quem continua indo”.

A calcinha de renda era um dos itens mais baratos em 2014. O preço saltou de R$ 8,90 para R$ 19,90

Virgula A calcinha de renda era um dos itens mais baratos em 2014. O preço saltou de R$ 8,90 para R$ 19,90, subiu 123,6%

Entre as roupas que ficaram dentro do aumento esperado estão alguns modelos de short jeans que passaram de R$ 57,90 para R$ 68,90 (aumento de R$ 19%). Pijamas de verão, que foram de R$ 41,90 para R$ 55,90 (aumento de 33,41%), e vestido de tecido, de R$ 111,90 para R$ 125,90 (aumento de apenas R$ 12,5%)

Procurada pelo Virgula, a Forever 21 mandou a seguinte nota: “a Forever 21 avalia constantemente seus preços em uma base global para assim se manter sempre competitiva, e assim continuar a oferecer o melhor produto possível para os seus clientes, além da experiência de fato gratificante nas nossas lojas. Em relação aos preços, como os custos de fazer negócios no Brasil têm aumentado gradativamente, tivemos também que aumentar periodicamente nossos preços”.

Modelos fora do padrão tradicional

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Créditos: Reprodução/ Instagram

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Com promessa de pechincha, preços na Forever 21 aumentam até 123% em dois anos