Gilberto Gil, cantor e compositor baiano cuja carreira ajudou a moldar os rumos da MPB, completa 60 anos nesta quarta-feira, 26 de junho.

Apesar do auge de sua discografia ter sido durante a Tropicália — movimento cultural cuja vertente musical ele ajudou a criar ao lado de Caetano Veloso, Tom Zé, Gal Costa e Maria Bethânia, na década de 1970 –, Gil vem se mantendo fértil nos anos que se seguiram.

Em 2000, o filme “Eu Tu Eles”, de Walter Salles, impulsionou a cover do baiano para o forró “Esperando na Janela”, de Targino Gondim, que rapidamente virou sucesso nacional. Outra música resgatada do passado, desta vez do próprio Gil, foi “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, presente na abertura da nova versão da série homônima da Rede Globo.

Mais recentemente, em 2002, o artista lançou o CD e DVD “Kaya N’gan Daya”, com regravações bem particulares de clássicos do “pai do reggae” Bob Marley, do qual Gil é fã confesso.

Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em Salvador, mas passou a infância no interior da Bahia. Dez anos depois, ele voltou para a capital para estudar.

No início dos anos 1960, Gil começou a compor, influenciado pela bossa nova de João Gilberto. Em 1962, ele teve uma música gravada pela primeira vez, “Bem Devagar”, com o conjunto vocal As Três Baianas.

No ano seguinte, além de gravar e lançar dois compactos (o EP duplo “Gilberto Gil — Sua Música, Sua Interpretação” e o single “Decisão”), ele conheceu Caetano Veloso e, logo em seguida, as cantoras Maria Bethânia e Gal Costa.

Em junho de 1964, os quatro — mais Tom Zé e outros músicos baianos — fizeram o show “Nós, Por Exemplo”, marcando assim o início da carreira desses artistas.

Seu primeiro LP, “Louvação”, foi lançado em 1967 e, a partir do ano seguinte, ao lado de Caetano Veloso, liderou o movimento musical da Tropicália, que fazia a atraente mistura de samba com rock, utilizando instrumentos tipicamente brasileiros e guitarras elétricas.

Entre os anos de 1969 e 1972, o artista foi exilado em Londres em decorrência da ditadura militar no país. Ao retornar ao Brasil, Gil lançou “Expresso 2222”, retomando também as raízes nordestinas.

O trabalho do músico na década de 1980 foi marcado pela influência mais pop, com discos como “Realce”, “Luar” e “Raça Humana”.

Em 1993, Gil e Caetano voltaram a se reunir oficialmente no álbum intitulado “Tropicália 2”, com destaque à música “Haiti”. No ano seguinte, o músico gravou o “Acústico MTV”, fazendo releituras desplugadas de seus maiores sucessos, como “Palco”, “Drão” e “Expresso 2222”.

A gravadora de Gil, a Warner Music, planeja para este ano o lançamento de uma caixa de CDs que pretende celebrar a discografia do cantor.


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Aos 60 anos completos na quarta-feira, Gil continua inovando