HAVANA (Reuters) – Os 22 cubanos indicados ao Grammy Latino não poderão comparecer à cerimônia nesta quarta-feira porque o governo dos Estados Unidos não liberou os vistos dos músicos, disseram autoridades cubanas na terça-feira.

“Não nos deram os vistos. É uma atitude vergonhosa e anticultural de algumas autoridades do governo dos EUA”, disse o Ministro da Cultura de Cuba, Abel Prieto.

Os músicos não poderão comparecer na noite de quarta-feira ao Teatro Kodak de Hollywood, para a terceira edição do Grammy.

Entre os indicados estão o pianista Jesus “Chucho” Valdes, ganhador de dois Grammys, o cantor folclórico Lázaro Ross, o guitarrista Rey Guerra, o rapper X Alfonso e o grupo de rock Síntesis.

Prieto disse que as solicitações dos vistos foram apresentadas a tempo, mas não foram processadas oportunamente.

O presidente do Instituto Cubano de Música, Abel Acosta, disse que o caso não é isolado e culpou o governo do Presidente George W. Bush.

“O objetivo é enfraquecer o intercâmbio cultural entre cubanos e americanos”, disse Acosta.

“Quero denunciar fortemente isto e que o público americano perceba que não pode ter a presença de artistas por causa da arbitrariedade de seu governo”, completou.

Acosta disse que os artistas já tinham seus smokings prontos, adquiridos no Canadá.

Os indicados cubanos incluem o sexteto Vocal Sampling e a produtora de seu álbum, Ana Lourdes Martínez.

Washington aumentou as restrições de viagem aos Estados Unidos depois dos atentados de 11 de setembro do ano passado, exigindo entrevistas individuais que prolongam por mais um mês o processo de pedido de vistos em Havana.

Acosta considerou como “humilhantes” as entrevistas, que incluem perguntas sobre a vida particular dos músicos, ignorando suas carreiras artísticas.


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EUA não liberam vistos aos cubanos indicados ao Grammy Latino