Sambabook Jorge Aragão

Marcos Hermes Sambabook Jorge Aragão

Um dos maiores hitmakers do samba, Jorge Aragão é autor de sucessos como Vou Festejar, Coisinha do Pai, Malandro, Do Fundo do Nosso Quintal, Enredo do Meu Samba. Músicas que fazem parte da memória afetiva de muitos e que serão ouvidas em São Paulo, nesta quinta (21), no Tom Brasil, no lançamento do Sambabook do compositor, que recebe as participações especiais de Diogo Nogueira, Emicida, Luciana Mello, Joyce Cândido e Thais Macedo.

O Sambabook, projeto da Musickeria, engloba dois CDs, DVD, Blu-ray, discobiografia, fichário de partituras   especial de TV no Canal Brasil, site e aplicativos. Jorge é o quinto homenageado.

Aos 67 anos, ele agradece pelo momento e diz que só sentiu falta de Emílio Santiago ao comentar para o Virgula sobre o que mais o emocionou na gravação do DVD. “Tive o prazer de ver o início da minha carreira, com a profissional que gravou meu primeiro samba, que foi a Elza Soares, tantas pessoas que me projetaram através de suas vozes e que eu pude estar junto com eles. Tantas pessoas que hoje não são nem da área de samba, mas se identificaram com o trabalho. Ver uma Beth Carvalho, que jogou toda a minha musicalidade na época de Cacique de Ramos, o próprio Fundo de Quintal, que eu sou um dos fundadores, está ali comigo. E uma falta velada que eu senti, mas Papai do Céu sabe disso, foi Emílio Santiago”, lamentou.

Sobre os aspectos que o levaram a revolucionar o samba, com o Cacique de Ramos e Fundo de Quintal, tornando-o mais midiático e popular, ele revelou que aquele que cavar um pouco sobre as composições vai encontrar um veio forte de jazz e música norte-americana. “Foi minha consciência de ter sido um solista de banda de baile, a minha formação foi essa. E a informação também que eu tive me ajudou bastante, mais pra frente eu não sabia que eu estaria usando dessa forma. Então, na minha ótica, eu sou considerado um sambista de raiz, mas como é que eu vou negar de onde eu comecei? A estrutura que eu ouvia Wes Montgomery, ouvia George Benson, que nem cantava muito, ele só solava quase. E eu era um solista de guitarra. Esse tempo eu tinha por 14 anos, eu já estava na rua tocando”, disse.

“Eu ouvia muito com o meu pai Românticos de Cuba no cinema e eles já estavam misturando. Meu pai ouviu muito Elizeth Cardoso, eu estava ali prestando atenção. Eu quando garoto, com uns 8, 8 anos, eu me lembro que tinha um programa aos sábados com Gonzagão, Luiz Gonzaga. E dizem que eu me enfiava embaixo da mesa para ouvir”, lembrou. “Eu sou uma mistura de informação da nossa música”, resumiu.

Mas toda a informação e a formação de Jorge culminaram do partido alto. “Quando percebi a pulsação do samba, eu não tive dúvida, eu quero fazer isso aqui todo dia.”

Para Jorge, que ressalta sempre ter tocado para ele mesmo e nunca ter sonhado em ser popular, a complexidade da sua música impediu uma assimilação imediata. “Ficava bobo como o Martinho da Vila conseguia e até hoje ele faz, fazer sambas antológicos com dois acordes, três. Ele não precisa mais nada. Eu queria fazer uma coisa mais tranquila e daqui a pouco eu virava, entortava o acorde, por conta do que eu via aprendendo. Foi difícil as pessoas entenderem a minha música porque eu fazia o acorde normal, mas invertia muito também, umas diminutas que saíam do nada, mas pra minha cabeça estava desse jeito”, comentou.

Ele lembrou também o período em que se tornou uma espécie de popstar e não gostou. “De 2000, final dos anos 1990, eu tive uma superexposição por conta de venda de disco, disco ao vivo, isso me pegou, porque pra mim isso aconteceu por um acaso, aquilo começou a tocar muito, a vender muito, eu fui me escondendo cada vez mais, porque aquilo ali pra mim não representava nem a qualidade do disco que eu queria, ate porque era disco ao vivo e nunca gostei do formato de disco ao vivo. Aí, minha imagem começou a rodar muito mais ainda por conta de eu usar chapéu, bandana na cabeça, essas imagens ficaram rodando por aí”, argumentou.

“Agora, revendo a minha carreira, com 67 anos e conseguir alcançar um patamar como esse, que é o Sambabook, realmente tenho uma sensação de que estou cumprindo uma trajetória bacana de músico”, disse, lembrando que estava há dez anos sem gravar e se sentido bem. “Hoje o pessoal me chama de a velha novidade.”

SERVIÇO

Jorge Aragão
Tom Brasil
Dia: 21 de Julho de 2016
Horário de início do show: 21h30
Abertura: 2 horas antes do início do espetáculo
Endereço: Rua Bragança Paulista, 1281, Chácara Santo Antonio

Informações e compra de ingressos:

Bilheteria

Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antônio – SP
Horário de atendimento: segunda a sábado, das 10h às 20h e domingos e feriados, das 10h às 18h.

Em dias de espetáculo a bilheteria terá seu horário estendido em 30 minutos após o inicio do show, ou o quanto for necessário.

Compra por telefone
Ingresso Rápido. Telefone: 4003-1212.
Horário de atendimento: segunda a sábado, das 9h às 22h.
Formas de Pagamento: cartões de crédito Visa, Mastercard,
Credicard, Diners.

Compra pela internet
www.grupotombrasil.com.br | www.ingressorapido.com.br
Formas de Pagamento: cartões de crédito Visa, Mastercard,
Credicard, Diners.


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'Fui me escondendo cada vez mais', diz Jorge Aragão, que ganha Sambabook