Trio Corrente


Créditos: Divulgação

Pouca gente fora do círculo de fãs da música instrumental brasileira havia ouvido falar no Trio Corrente até domingo (26), quando eles ganharam o Grammy de melhor álbum de jazz latino, pelo disco em parceria com o saxofonista cubano Paquito D´Rivera, no disco Song for Maura.

“Sabemos que a música instrumental não é uma música de massas, mas acreditamos que quando bem feita pode alcançar o coração de qualquer um”, afirma o pianista Fábio Torres, em entrevista ao Virgula Música.

Ouça Paquito D’Rivera e Trio Corrente – Song for Maura


Torres, Edu Ribeiro (bateria) e Paulo Paulelli (baixo), que formam o Trio Corrente, representam uma nova geração de músicos que estão despontando numa cena “extremamente fértil com jovens músicos arrebentando”, como avalia o pianista. Eles não são, no entanto, exatamente garotos, Torres tem 43 anos, Ribeiro e Paulelli, 39.

A experiência maior vem de terem acompanhado, além de Paquito D´Rivera, monstros como Rosa Passos, Yamandu Costa, Chico Pinheiro, Leny Andrade, Hamilton de Holanda, Zé Luiz Mazziotti, Léa Freire, Proveta, Celso de Almeida, Vinicius Dorin e Raul de Souza. 

Entre novos nomes, como eles, o pianista cita Sidiel Vieira, Sidmar Vieira, Daniel D’Alcantara, Cuca Teixeira, Thiago do Espírito , Alex Buck, Bruno Migotto e Trio Curupira. Leia a conversa a seguir:

Que outros trios brasileiros são influência para vocês?

Temos um enorme respeito pelos trios de samba jazz dos anos 60 e 70, como o Zimbo e o Tamba. Também o trio do Cesar Camargo Mariano com Luizão Maia e Paulinho Braga.

Dos muitos músicos que vocês acompanharam, de que maneira cada um deles contribuiu para que chegassem a este patamar de vencer o Grammy?

Nestes anos colaboramos individualmente com artistas maravilhosos que muito nos ensinaram como Rosa Passos, Yamandu Costa, Chico Pinheiro, Leny Andrade, Hamilton de Holanda e ainda Zé Luiz Mazziotti, Léa Freire, Proveta, Celso de Almeida, Vinicius Dorin, Raul de Souza. Dividimos o prêmio com eles e muitos outros artistas e músicos com quem dividimos conhecimento.

Veja o Trio Corrente, Só Tinha de Ser com Você (Tom Jobim)

A premiação deve abrir portas para vocês, o que vocês gostariam que mudasse na carreira de vocês?

Queremos continuar fazendo essa música que gostamos, prezando a liberdade de nos expressarmos com a maior sinceridade. Sabemos que a música instrumental não é uma música de massas, mas acreditamos que quando bem feita pode alcançar o coração de qualquer um.

Em relação à música instrumental brasileira atual, sentem-se parte de uma cena? De que outros grupos gostam?

Consideramos a cena instrumental do momento como um período extremamente fértil com jovens músicos arrebentando. Pra fugir dos mais conhecidos podemos citar Sidiel Vieira, Sidmar Vieira, Daniel D’Alcantara, Cuca Teixeira, Thiago do Espírito , Alex Buck, Bruno Migotto, Trio Curupira e muitos outros.

A quem gostariam de dedicar esse Grammy?

A nossa família, amigos e todos os nossos amigos músicos que fazem a música brasileira ser tão bela.


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Ganhador do Grammy, Trio Corrente vê 'período fértil' na música instrumental brasileira