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(Foto: Ana Shiokawa)

O jazz, um som que nasceu no gueto da cultura americana vem cada vez mais conquistando espaço na cultura pop. Em São Paulo, o gênero tem sido inserido nos palcos rockers da cidade dia após dia, e um dos maiores responsáveis por levar esse som a um novo público tem o nome de Guilherme Menezes, ou Guizado. O trompetista e compositor faz um nu-jazz instrumental que mescla elementos sonoros com sintetizadores e programações eletrônicas. Para ter uma ideia de sua influência na cena, o cara já tocou com Karina Buhr, Céu, Criolo, Nação Zumbi, Elza Soares, Arnaldo Antunes, entre outros. Fraco, não!

Em seu terceiro álbum, O Voo do Dragão, que acabou de chegar às principais plataformas online, o músico procurou trabalhar de um jeito mais tradicional no estúdio, registrando quase tudo ao vivo. “A maioria das músicas foram gravadas com a banda toda tocando junta, diferente da forma tradicional que é fazer take por take. A gravação foi em digital, mas para a mix usamos a forma analógica”, conta”. Sobre o som, ele define:”A gente tem o pé no rock, no jazz, e na música eletrônica. Nosso som é mais para o instrumental. A parte do nosso experimentalismo vai da maneira inusitada que a gente incorpora esses três gêneros.”

Sobre se sentir responsável por inserir o jazz e a música instrumental em um público mais pop, Guizado aceita a condição: “É uma coisa que eu quero levar para as pessoas, esse outro jeito de apreciar a música. Um pessoal que já está acostumado com essa linguagem é a galera do skate, inclusive tenho um público grande nessa turma. A música instrumental já faz parte da trilha dos vídeos. Hoje o skate é uma coisa muito popular, então tem essa empatia com a cultura pop. Só da gente conseguir chegar nessa galera já é legal, porque mostra que dá pra alcançarmos o povo mais jovem.”

Aliás, foi no skate que Guizado conheceu suas influências: “Eu fui apresentado à música instrumental dessa mesma forma. Os vídeos de skate sempre foram um veículo em que revelavam esse lado da música underground, mais alternativo. Depois teve uma época em que eu comecei a me influenciar pelo jazz, e até hoje bebo muito na fonte desse gênero, principalmente na harmonia. Na parte eletrônica, as minhas referências são mais para o hip hop, o rap e a música feita na Alemanha. Já o rock é o que dá a agressividade ao nosso som”.

Para o lançamento de O Voo do Dragão, Guizado leva a apresentação ao Itaú Cultural, em São Paulo, no dia 15 de maio (sexta). Acompanhado da banda, o músico carrega toda a programação (que envolve MPC, teclados, samples e softwares) para o palco e conta que não é fácil administrar tudo isso ao mesmo tempo. “Eu mesmo toco esses instrumentos no palco. Pra mim é um desafio grande em se dividir entre o trompete e a programação. Não levo DJ e procuro manipular a parte eletrônica das músicas. O trompete já é um instrumento que exige muita concentração, mas cada vez mais consigo me adaptar melhor aos dois”.

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No show também será possível adquirir uma versão especial do novo álbum. O trompetista se uniu ao artista japonês Atsuo Nakagawa, e em parceria com o Vinyl Lab,  prepararam uma série artesanal em vinil 12′. Cada LP terá sua própria capa, exclusiva, e feita à mão. Em outras palavras: imperdível!

Voa, Guizado!

SERVIÇO:

Lançamento Digital  – O Voo do Dragão

Data: 15/05 (sexta-feira)
Local: Itaú Cultural
Endereço: Avenida Paulista, 149 – Bela Vista
Horário: 20h
Ingressos: O ingresso é gratuito e retirado pelo público no local, com antecedência de 30 minutos do início do espetáculo.


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Guizado une linguagem do skate com o jazz e lança "O Voo do Dragão" com show em SP