Ema Stoned

Divulgação Ema Stoned

Em sua terceira edição, o festival Fora da Casinha pela primeira vez acontecerá na rua. Produzido pela Casa do Mancha, que este ano comemora 10 anos de atividade e é referência na música independente nacional, o Fora da Casinha ocorre no  sábado (7), a partir das 13h e abre as atividades do décimo primeiro Mês da Cultura Independente realizado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

“Serão mais de 10 horas de música distribuídas em dois palcos montados no Largo da Batata, em Pinheiros. O Festival tem início com discotecagem da festa Sussa (Trabalho Sujo/Alexandre Matias). As atrações são: o padrinho Mauricio Pereira (que abre todas as edições do festival), o rock sessentista da Vitreaux, o frescor emo do Raça, a miscelânea sonora de Tagore, a poesia visceral de Giovani Cidreira, a lisergia colorida do Glue Trip, a força xamânica da Ema Stoned, a anarquia musical de Negro Leo, a aventura hippie de Bárbara Eugênia e Tatá Aeroplano e o show inédito reunindo as bandas Bratislava e Aloizio”, afirma texto de divulgação do festival.

Nós trocamos uma idea com Elke Lamers, Alessandra Duarte e Jéssica Fulganio, da Ema Stoned:

Alessandra Duarte

Andreza Francisco Alessandra Duarte

O que está acontecendo de mais novo na música brasileira hoje?
Alessandra – Hoje eu não sei, mas recentemente descobri uma cantora gaúcha, Maria Rita Stumpf, do fim dos anos 80 que tem um som muito bom e contemporâneo.

Jéssica – A cena está independente está borbulhando de novidades, mas confesso que a última coisa que ouvi foi o disco mais recente do mestre Hermeto Pascoal & Grupo e está uma bomba!

Creem que o empoderamento e a autoestima das mulheres estejam associados à sua presença não apenas na música, mas na cultura, negócios e política?
Elke – Empoderamento e autoestima das mulheres estão associados ao seu reconhecimento na sociedade, já estamos em todo lugar. Isso parte muito de nós mesmas, perceber que já fazemos parte de tudo isso, e o diálogo e a reflexão que se criam nesse processo acabam abrindo mais espaço e incentivando outras mulheres a assumirem seus lugares. Esse diálogo tem que estar aberto a todxs

Alessandra – Acho que empoderamento e autoestima é primeiramente um processo interno, algo que pode ser muito difícil considerando que desde seu início nossa sociedade sempre foi e ainda é machista. Acho que a partir de um reconhecimento interno de nossas próprias forças e uma vontade de mudança começamos aos poucos a criar nossos espaços, ganhar visibilidade, abrir diálogos e incentivar outras mulheres a fazerem o mesmo. Mas também temos que tomar cuidado e perceber que as minorias, antes quase ou não representadas, agora estão se tornando figuras principais na mídia e no meio publicitário. Precisamos estar cientes de qual é o objetivo e a intenção desses meios em dar visibilidade às mulheres, se realmente estão interessados em fortalecer a causa ou se querem se apropriar de discursos e subjetividades alheias para vender algum produto, ganhar visibilidade, melhorar a imagem etc.

Elke Lamers

Andreza Francisco Elke Lamers

Quais são as vantagens e desvantagens de fazer som instrumental?
Elke Lamers – Só vejo vantagens (risos)… assim como a letra de uma música ganha um sentido pra cada um que escuta, a música instrumental convida a gente a criar nossa própria letra, são interessantes as sensações que podem aflorar, ideias, lembranças ou sei lá, um rebolado (risos). Talvez tenha algo de meditativo também, de só trazer a gente pra essa massa. É estar ali e perceber pra onde vai o som, seguir uma linha, um ritmo.

Alessandra – Estou com a Elke, acho que são mais vantagens do que desvantagens. Mas talvez as vezes a viagem fica infinita, podemos nos perder e não saber muito a hora de parar.

Jéssica – Música instrumental é linguagem universal.

Que outros nomes da nova cena mais gostam e indicam?
Alessandra – Ruido/mm, Triz, E a terra nunca me pareceu tão distante, Rakta, Sabine Holler.

Elke – Papisa, Hierofante Púrpura, Mu, Emicaeli, Lulina.

Jéssica – Os chás, Kalouv, Deaf Kids, Dercy, Metá Metá.

Jéssica Fulganio

Andreza Francisco Jéssica Fulganio

O que inspira vocês a fazerem uma música nova?
Alessandra – Uma melodia ou som que vem à cabeça, ou algum sentimento estranho que só consegue ser trabalhado através da música.

Jéssica – Nossa inquietude é uma válvula propulsora!

De onde vem a música de vocês?
Alessandra – Vem muita da mistura de nós três. As vezes alguém traz algo feito e isso se transforma no ensaio, ou as vezes tocamos sem nada preconcebido e algo aparece.
Elke – Acho que vem bastante da sinergia que é estar numa banda. Nós temos algumas influências parecidas e outras bem diferentes e as diferenças são o que acabam moldando o resultado final. Criar em grupo é um jogo que envolve acompanhar o outro ao mesmo tempo conduzir…

Quem são seus heróis musicais?
Alessandra – Radiohead, CAN, Portishead, Sonic Youth, Miles Davis, Philip Glass, Chiquinha Gonzaga, Villa-Lobos.

Elke – Patty Smith, Breeders, Sleater Kinney, Pavement, The Slits, Mutantes, yo la tengo

Jéssica – Nirvana, Morphine, Jeff Buckley, Meat Puppets, Acid Mothers Temple, Pink Floyd, Jethro Tull, Velvet Underground.

SERVIÇO

Fora da Casinha no MCI Discotecagem festa Sussa (Alexandre Matias) Com Mauricio Pereira, Vitreaux, Bratislava+Aloizio, Raça, Tagore, Giovani Cidreira, Bárbara Eugênia+Tatá Aeroplano, Ema Stoned, Glue Trip e Negro Leo 7 de outubro – sábado – a partir das 13 horas Entrada gratuita Largo da Batata – Pinheiros


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'Já estamos em todo lugar', diz Ema Stoned sobre ascensão de mulheres na música