Ney Matogrosso

Que Ney Matogrosso parece ter caído na fonte da juventude é inegável. Aos 72 anos, o cantor de Sangue LatinoHomem com H e outros hits, é um dos maiores performers da música brasileira, além de conciliar uma carreira como ator, iluminador e diretor.

Sua androginia, figurinos e maquiagens, que na época do Secos & Molhados era motivo de escândalo, hoje é copiada e exaltada. Ney também é um cara com um faro para novos talentos, assim como impulsionou a carreira de Cazuza, ele continua gravando novos compositores. Na semana passada, ele participou do lançamento do CD e DVD Dan Nakagawa convida Ney Matogrosso, no Na Mata Café, em São Paulo.

O que te atraiu no trabalho Dan Nakagawa?

O que me atraiu no trabalho dele foi assim, quando eu ouvi o disco pela primeira vez eu gostei muito dos assuntos e da sonoridade dele. E ele pra mim até então era completamente desconhecido, eu nunca tinha ouvido falar dele.

Quais outras bandas dessa safra atual você gosta?

Eu gosto muito do Tono, gosto muito do Zabomba, gosto muito do Vitor Pirralho, ele é de Maceió. O Tono é do Rio de Janeiro e o Zabomba é daqui de SP. Eu canto música dos três no show novo.

Quem são os seus heróis musicais?

Não tenho.

Não tem?

Não, não tenho isso.

Esse apadrinhamento é comum no meio musical…

Não, vem cá, não posso falar assim. Na verdade, eu acho que eu existo como artista via tropicália no Brasil. Eu sou uma consequência da tropicália. Então eles são de certa maneira essas pessoas. 

Que artista fez algum tipo de apadrinhamento com você em algum momento da sua carreira? Você se considera grato?

Nunca houve isso… Nunca. A única pessoa que na verdade, quando tudo aconteceu, que eu fiquei no meio daquele rolo com o Secos & Molhados, foi a Luli. A Luli é compositora de O Vira, com o João Ricardo, que era uma pessoa que me conhecia, sabia que eu cantava, e era a única para quem eu cantava. E ela que me botou em contato com essas pessoas pra fazer o Secos & Molhados. Mas eu já disse pra ela que eu não sabia se eu agradecia ou culpava ela.

Que dica você daria pra algum artista iniciante?

Ah, toca seu barco, filho, porque não pode mais contar com gravadora, não existe mais essa estrutura que fazia um artista ir pra frente, isso não existe mais. Agora é sozinho. Tem que fazer, tem que apresentar, tem que aparecer.


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Ney Matogrosso diz não ter heróis e elogia Dan Nakagawa, Vitor Pirralho, Tono e Zabomba