Green Day-30

(Foto: Marta Ayora) Green Day

Tem bandas que envelhecem bem e bandas que não. Definitivamente o Green Day não é nenhuma delas porque não envelhece (ou se recusa a crescer). São os ‘Peter Pans’ do punk. Com exatos 30 anos de carreira, seus integrantes parecem que ainda possuem 15, idade de quando formaram o trio. O vocalista Billie Joe Armstrong, de 45 anos, corre, pula, dança, toca, canta e não para um segundo sequer em cima do palco, como um jovem cheio de energia ligado no 220w. Fato comprovado durante o show que o grupo californiano fez nesta sexta, 3, na Arena Anhembi em São Paulo.

Outra comprovação: show do Green Day não é apenas um show. Não é só música. É gincana do rock. Enquanto o som rola solto nos alto-falantes, o público é entretido com coelho de pelúcia dançando, arma que atira camisetas, jato d’água, chamas, fantasias de Carnaval, fã que sobe ao palco para cantar, fã que sobe ao palco para tocar guitarra, fã que sobe ao palco para apenas abraçar os integrantes e depois dar stage diving. Tudo feito milimetricamente pensado para que as pessoas presentes se sintam parte da apresentação, com Billie Joe de mestre de cerimônias.

Green Day-11

(Foto: Marta Ayora) Billie Joe e fã no palco

Nas quase 2h30 de apresentação também houve momento de protesto com o habitual grito ‘Fuck Trump’ de Billie Joe, que foi emendado por ‘Fora Temer’ vindo do público. E de conscientização. O vocalista desfilou várias vezes pelo palco com a bandeira do arco-íris, sinônimo da comunidade LGBT.

No repertório, além de músicas do novo álbum Revolution Radio, como Bang Bang e Youngblood, todos os hits que nos acompanharam nessas três décadas estavam lá: When I Come Around, Welcome to Paradise, Longview, Nice Guys Finish Last, Waiting, Minority, American Idiot, Basket Case, Jesus of Suburbia e muitos outros. No bis, versões acústicas de 21 Guns e Good Riddance (Time of Your Life).

Também houve espaço para citações de Break on Trought (To The Other Side), do The Doors, Satisfaction, dos Rolling Stones, Hey Jude, dos Beatles e até Garota de Ipanema, de Tom Jobim.

Com tudo isso foi impossível não voltar à juventude, ou se sentir jovem junto dos músicos. O Green Day continua aí justamente para não deixar ninguém crescer, mesmo que apenas por uma noite.

Green Day em São Paulo - 2017


Créditos: Marta Ayora

int(1)

Peter Pans do punk! Show do Green Day em São Paulo é celebração à juventude