De Mamonas a Replace, relembre 20 artistas produzidos por Rick Bonadio


Créditos: divulgacao

O sonho da maioria dos adolescentes que gostam de rock é ter uma banda. Com Caio C, fundador do Replace, não foi diferente. Cansado de montar uma banda atrás da outra e nenhuma ir pra frente, o baterista teve uma ideia diferente: gravar um reality show sobre o começo de um grupo.

Surgiu então Onde Foi Que Eu Errei, marca todo o processo de formação do Replace.

De banda independente ao selo Midas Music

Na estrada há apenas cinco anos, a banda do vocalista Beto, dos guitarristas Vine e Pêu, do baixista Koala e do baterista Caio C., já conseguiu alcançar o sonho de muitos garotos: assinar um contrato com o Midas Music, selo do famoso produtor Rick Bonadio.

Relembre os 20 principais artistas produzidos por Rick Bonadio. Clique nas fotos em cima do texto para acessar.

Após ganhar destaque na mídia e prêmios como Revelação Nacional, da revista Capricho, e indicações à categoria banda revelação no VMB 2010, o Replace acaba de lançar seu segundo álbum. Chamado Até Aqui, ele sai pelo selo Midas Music e distribuição da gravadora Universal.

“Uma pegada mais hip hop”

As diferenças de estrutura entre este disco e o primeiro, Vida de Papel (independente), são grandes. “No nosso primeiro trabalho gravamos em um estúdio que não tinha ar-condicionado e só dava pra ficar no máximo duas pessoas lá dentro”, conta o baixista Koala.

A banda também apostou em uma nova roupagem musical para reafirmar a posição do Replace como uma banda alheia ao cenário do happy rock. Com o aval de Rick Bonadio, os meninos misturaram hip-hop, bases eletrônicas e scratches com riffs de guitarras, sempre dentro do eixo pop-rock. “Colocamos tudo que achamos bacana nesse álbum. Tem uma pegada mais hip-hop que é um estilo que todos da banda gostam”, explica Caio C.

A inflluência do rock da Baixada Santista

Assim como Lady Gaga, que escolheu Gaga em seu nome artístico em referência a música Radio Gaga, do Queen, Replace também é o nome de uma música de outra banda: Garage Fuzz.

“Já tínhamos uma banda completa e músicas próprias, mas faltava um nome. O Coala sugeriu Replace, que é o nome de uma música de uma banda independente que nós gostamos muito, o Garage Fuzz, lá de Santos (litoral de São Paulo). Todo mundo concordou”, lembra Caio C.

Já o Charlie Brown Jr., também de Santos, “é a maior influência para o trabalho do Replace”. “Lembro que a primeira fita cassete que comprei foi do Charlie Brown, até hoje sou apaixonado pelo trabalho deles. Nós admiramos muito a atitude dos caras”, conta o vocalista Beto, muito empolgado. Gabriel O Pensador, Emicida, Blink-182 e All American Rejects também estão na lista de mais tocados nos iPods dos integrantes do Replace.

Nosso Tempo

O álbum Até Aqui trata de uma temática comum na vida de todo mundo: relacionamentos. O vocalista Beto é quem escreve as letras. Estas relatam suas próprias experiências, além de histórias que ouve pela rua. 

Apesar da pouca idade, Vine e Koala tem 22 anos, Caio e Beto tem 23 e Pêu tem 24, já rolou muita história para contar. “Nosso Tempo foi uma história de um relacionamento que eu vivi. Tudo começou muito cedo, não deu certo e acabou me marcando demais. O Beto sabia de tudo e acompanhou de perto o desfecho, um dia ele botou a música no papel e fizemos a melodia”, conta Caio C.

Replace x Restart

Apesar das comparações, o Replace gosta de deixar claro que não tem muita coisa em comum com outra banda de nome parecido e muitos fãs, o Restart. “Nós levamos essas comparações numa boa, mas não somos banda de happy rock, somos de outro segmento. A nossa pegada é pop rock. Misturamos vários estilos, nosso som é completamente diferente”, desabafa Beto.

Para Caio C, a confusão pode estar no preconceito das pessoas com a cor das roupas que os integrantes da banda gostam de vestir: “Não vou sair de casa com um coturno, não é o que eu gosto. Não vamos nos vestir de preto só porque somos uma banda que se chama Replace e as pessoas podem nos confundir com o Restart. O nosso estilo vem das bandas gringas relacionadas ao skate, não de um movimento de roupas e calças coloridas”.

“Quem superar o preconceito vai ter uma surpresa agradável”

Além do Restart, o Replace está inserido na nova cena pop-rock que conta com bandas como Hori, Cine e Strike. Todas elas arrastam multidões de fãs enlouquecidas. Mas parece que não só de meninas é formado o público do Replace. Segundo eles, os meninos andam vencendo o preconceito e, sem vergonha, comparecido cada vez mais aos shows.

“O público de bandas de pop rock é tipicamente de mulher, mas de uns tempos pra cá começou a aparecer muitos meninos, não só nos shows, mas também no Twitter e no nosso Fotolog”, explica Beto. “O nosso som mudou um pouco, tem muito hip hop agora. O nosso show é muito ativo, falamos muito com a plateia: ‘Levanta a mão, faz isso, faz aquilo’. Nós andamos de skate, acho que os meninos se identificam com tudo isso”, acrescenta Caio C.

Clipe com casal gay

“Uma das nossas prioridades é rodar o vídeo de Nosso Tempo. Vamos gravar nosso primeiro videoclipe com estrutura, a gente só consegue pensar nisso”, explica Caio C. Ainda sem roteiro definido, o clipe deve trazer como protagonistas um casal de meninas. “Nossa ideia é colocar um casal gay para viver a história do clipe. Queremos falar sobre um tema que é comum, mas do qual as pessoas ainda se esquivam muito.”

Fora isso, o Replace não vê a hora de cair na estrada. “Queremos fazer uma turnê com no mínimo 30 shows. A ideia é tocar em todos os lugares que temos fãs, não tem nada mais legal do que ver sua banda preferida tocar ao vivo. Queremos dar esse presente aos nossos fãs”, finaliza Beto.


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Replace recusa rótulo de "happy rock": "Não tocamos só para meninas"