Pense em Britney, Rihanna, Christina Aguilera, Beyoncé e Katy Perry e é impossível não lembrar de inúmeras fotos e clipes com imagens sexy, decotes, olhares sacanas, situações erotizadas, esfregações mil e outras características calientes.

Pense agora em Adele no clipe de Rolling In The Deep: acima do peso, com roupas discretas e cabelo preso de maneira sóbria. Sentada numa cadeira, ela canta, e “apenas” canta. 

A música dessa moça de quem não vemos nem um centímetro da coxa vem avançando como um rolo compressor nas paradas mundiais. No Reino Unido, seu álbum 21 ficou 15 semanas das últimas 17 em primeiro lugar na parada, batendo o recorde de Madonna. Nos EUA, onde está atualmente em número um, ela já vendeu mais de 350 mil cópias de 21.

O álbum também chegou em primeiro nas paradas do Brasil, Alemanha, Áustria, Austrália, Bélgica, Canadá, Escócia, Holanda, Irlanda, Noruega, Nova Zelândia e Suíça.

Richard Russell, fundador da gravadora que contratou Adele, a XL, disse ao jornal inglês Guardian que a cantora tem potencial para mudar a maneira como as mulheres são promovidas pela indústria fonográfica. 

Para Russell, Adele rompe com um padrão de artistas mulheres super-sexualizadas que dominou as paradas nos últimos anos e que, segundo ele, trouxe música “tediosa, vulgar e sem originalidade”. 

“A mensagem com a Adele é que é só música, é só música boa de verdade. Nada mais”, definiu o executivo. “Sem truques, sem vender sexualidade. Eu acho que no mercado americano, em particular, eles chegaram à conclusão de que é isso que você precisa fazer…”

Clique aqui para ver artistas que, como Adele, resgatam os sons clássicos da black music

A própria Adele, em entrevista à revista inglesa Q, enfatiza que sua pegada é outra: “Não consigo me imaginar usando armas e ter chantilly espirrando dos meus peitos [a la Katy Perry em California Gurls]. Mesmo se eu tivesse o corpo da Rihanna, eu ainda estaria fazendo a música que faço e isso não combina.”

Mas até aquelas que sempre investiram muito na sensualidade estão se rendendo ao poder de Adele.

A Pussycat Doll Nicole Scherzinger interpretou o hit Rolling In The Deep numa festa em Monte Carlo. E, pra quem achava que Nicole era mais gostosura do que voz, ela até que segura bem a onda de uma música nada fácil de cantar. Veja abaixo como ela se saiu:


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Sucesso de Adele pode mudar obsessão do pop por cantoras sexualizadas?