O rio Tatuamunha abriga um gigante em Porto de Pedras, litoral norte de Alagoas. Podendo medir até quatro metros e pesar mais de 500 kg, o peixe-boi-marinho é a grande atração do município. Nós do Virgula fomos até lá ver e contamos tudo pra vocês!

O rio Tatuamunha que abriga o gigante de Porto de Pedras

Leandro Bastos / Virgula O rio Tatuamunha que abriga o gigante de Porto de Pedras

Após uma caminhada por uma região de manguezal com guias locais, pequenas embarcações sem motores (que não oferecerem perigo aos animais) aguardam os visitantes. São alguns minutos de navegação até os primeiros peixes-boi aparecerem. Dóceis, eles encostam nos barcos e fazem até pose para foto. A visitação aos animais na natureza é comandada pela Associação dos Condutores do Turismo de Observação do Peixe-Boi Marinho, que faz um lindo trabalho na luta contra a extinção da espécie. 

Rio acima, existem dois cercados. Um é utilizado para a adaptação dos animais recém-chegados, e o outro para os que ainda não conseguem sobreviver sozinhos na natureza. Segundo Flávia Rego, presidente da associação, cada viveiro abriga dois animais atualmente. Na região, são catalogados 13 animais, incluindo um “bebê”, que nasceu no início de março. A primeira soltura no Rio Tatuamunha aconteceu em 2008.

Visita aos peixes-boi em Alagoas

A presidente da Associação dos Condutores do Turismo de Observação do Peixe-Boi Marinho, Flavia Rego
A presidente da Associação dos Condutores do Turismo de Observação do Peixe-Boi Marinho, Flavia Rego
Créditos: Leandro Bastos / Virgula

Classificado em estado “criticamente em perigo” na escala de extinção da fauna brasileira, o peixe-boi luta por sua sobrevivência na costa do Nordeste. Hoje, existem apenas de 800 a 1000 animais no Brasil. Pesca com arpões, colisões com barcos e hélices, predadores naturais (tubarões e orcas), e o tempo longo de reprodução são os principais motivos.

Antes ou depois do passeio, você pode comprar peixes-boi de pelúcia e ajudar a financiar o projeto e a mão-de-obra local. Flavia Rego explica que o engajamento das famílias, aliado à geração de renda, tem aumentado ano após ano. “O turismo de observação do peixe-boi-marinho é um dos maiores geradores de renda no município. Muitas pessoas atuam diretamente, enquanto outras conseguem ter renda indireta, com o artesanato, por exemplo”,

Pescadores da região, que antes viam o peixe-boi como um inimigo por estragar redes e equipamentos e atrapalhar na navegação, contam com o mamífero. Antonio Alves da Silva, de 39 anos, trabalha na associação, mas vivia da pesca. “Antes, ele era nosso inimigo. Eu precisava pescar para sustentar minha família, tenho cinco filhos. Cheguei a bater em um animal que estragou meu equipamento. Eu não entendia”, conta emocionado. Hoje, trabalhando com turismo, a renda de Antonio é maior.

Para realizar o passeio, basta procurar a associação através do site oficial: http://www.associacaopeixeboi.com.br/

Confira o vídeo com a visita do Virgula aos peixes-boi

 

APA Costa dos Corais
O projeto de reprodução dos peixes-boi faz parte das ações realizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais. A unidade é gerida pelo governo federal, através do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e tem como principais parceiros a Fundação Toyota do Brasil e a SOS Mata Atlântica.

*O jornalista viajou a convite da Fundação Toyota do Brasil


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O turismo e a luta contra a extinção do peixe-boi no Nordeste