Das cerca de 300 “salas de sexo” no bairro Red Light, em Amsterdam, metade está sem funcionar

Flores, canais de água espalhados pelas cidades e arte estão entre os motivos para a Holanda ser um dos países mais visitados do mundo. Em 2017, mais de 17 milhões de turistas passaram pela terra dos moinhos de vento. Mas o país da liberdade e igualdade tem outro atrativo que provoca curiosidade e excitação: o cenário underground do Red Light District. Os becos da parte antiga de Amsterdam exalam sexo em lojas eróticas, casas de shows e nas famosas vitrines iluminadas com luzes vermelhas. No país, a prostituição é legalizada desde 2000. 

Quem visita hoje a região, porém, encontra parte das vitrines disponíveis para alugar. Das mais de 300 salas no bairro Red Light, apenas 150 estão ativas, segundo a coordenadora da PROUD Ana Paula Lima, uma organização que oferece suporte às profissionais do sexo no país. Mesmo aos finais de semana, cada vez menos profissionais passam a noite dançando em frente à porta de vidro para atrair clientes. “O mercado se modernizou e a maioria das trabalhadoras do sexo está atuando virtualmente, em seus próprios locais”, contou Ana Paula.

Linda* é parte desse grupo. Ela atua há 10 anos no mercado do sexo. “Trabalhar nas vitrines é mais seguro, mas você fica mais exposta. Com a chegada da internet preferi abandonar as vitrines”, contou. É certo que trabalhar com sexo em lugares privados deixa as profissionais mais vulneráveis à violência, segundo explicou a escort. Mas a profissão trouxe – e traz – bons frutos à vida de Linda. Ela conseguiu concluir os estudos em uma universidade renomada na Europa, comprou uma casa própria e vive de forma independente no país. “Trabalho meio período em uma multinacional e nos momentos livres como escort”, contou.

Assim como parte considerável das garotas de programa na Holanda, Linda é imigrante. “Escolhi a Holanda por ser um país menos conservador e ter menos influência religiosa. “No meu país, a prostituição não é legalizada, é um tabu”, disse ela. Na Holanda, embora ainda exista preconceito, a vida de uma garota de programa é “normal” e “se pode ganhar muito bem” com a profissão, de acordo com Linda.

“Profissionais do sexo aqui pagam taxas como qualquer outro trabalhador”, explicou Ana Paula. A organização PROUD oferece suporte jurídico, legal e presta consultoria para pessoas que estejam começando no mercado do sexo. “Temos um grupo de apoio específico que vai até os profissionais colher informações para podermos melhorar nosso trabalho”, disse ela. A organização também atua em conjunto com a polícia holandesa na proteção das garotas de programa contra violência.

*Linda é um nome fictício usado para proteger a identidade da entrevistada.

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Créditos: Divulgação

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'Vitrines de sexo' vazias: os bastidores da prostituição em Amsterdam