Projeto da arquiteta Carla Juaçaba

Divulgação Projeto da arquiteta Carla Juaçaba

A arquiteta brasileira Carla Juaçaba foi convidada a integrar uma seleção de dez profissionais de todo o mundo que projetarão uma capela, no que marca a primeira participação do Vaticano na Bienal de Arquitetura de Veneza, cuja 16ª edição acontece entre 26/5 e 25/11. Carla se notabilizou por projetar o pavilhão Humanidade 2012 durante o Rio+20, em parceria com Bia Lessa.

“Para qualquer projeto busco o essencial dentro do programa e a integração ao contexto do local. Buscamos dois elementos primordiais da igreja: a cruz e o Banco. A vegetação densa, com a presença de Veneza por trás, já forma o interior da capela: o pouco de material que existe, as quatro vigas de aço inox, são polidas como um espelho para refletir o entorno. É um projeto etéreo, que fala de uma maneira metafórica da passagem da vida, do existir e do não existir.”

Projeto da arquiteta Carla Juaçaba

Divulgação Projeto da arquiteta Carla Juaçaba

Entre os selecionados também estão os arquitetos premiados com o Pritzker Eduardo Souto de Moura (Portugal) e Norman Foster (Inglaterra), além dos sul-americanos Smiljan Radic (Chile) e Javier Corvalán (Paraguai). A seleção se completa com Flores & Prats (Espanha), Francesco Celini (Italia), Sean Godsell (Australia), Andrew Berman (Estados Unidos) e Teronobu Fujimori (Japão). A curadoria ficou a cargo de Francesco Dal Co, crítico e historiador de arquitetura e desde 1996 editor da revista Casabella.

As capelas serão construídas e dispostas para visitação pública na Isla de San Giorgio Maggiore, ao lado da famosa basílica do arquiteto Andrea Palladio, de 1573. A intenção do Vaticano é que sejam desmontadas ao final da Bienal, e reconstruídas nas comunidades italianas que sofreram com os terremotos dos últimos dois anos.

Projeto da arquiteta Carla Juaçaba

Divulgação Projeto da arquiteta Carla Juaçaba

A capela projetada por Carla está perfeitamente integrada entre as aguas e as árvores de Veneza, com a vegetação do entorno conformando o espaço interior da capela. O espaço entre as copas das árvores – a visão do céu – funciona como o teto da capela.

Estruturalmente, são quatro vigas de seção quadrada de 12 por 12 centímetros e com 8 metros de comprimento, que formam o conjunto: uma cruz em pé, e uma cruz deitada. Uma delas é um banco, a outra a cruz: dois elementos importantes das igrejas católicas representados pela arquiteta. O conjunto é construído sobre dormentes de concreto a cada metro, elevando a capela do chão. As peças de concreto dão a métrica ao conjunto. As vigas são feitas em aço inox polido, transformando-as em espelhos que refletem o entorno: a capela pode desaparecer num certo momento dependendo dos reflexos do sol e das árvores.

 


int(1)

Arquiteta brasileira constrói capela para Vaticano na Bienal de Veneza