A escritora Misha Defonseca foi condenada pela Justiça norte-americana a devolver US$ 22,5 milhões à sua editora por ter forjado a própria história. A empresa desmascarou a farsa em 2008 e, desde então, briga na Justiça por reparação. A decisão foi tomada em tribunal de Massachussets, nos Estados Unidos.

O livro de memórias foi lançado em 1997. Nele, a autora afirma ter sido adotada por lobos aos seis anos após seus pais serem presos pela SS, a polícia nazista, e mandados para um campo de concentração.

Além disso, Misha – cujo nome verdadeiro é Monique De Wael – descreve na obra como atravessou a Polônia, a Alemanha, e a Bélgica a pé em busca deles. Tudo isso é invenção – descobriu-se mais tarde que, nesta época, ela estava matriculada em uma escola de Bruxelas, a Bélgica. Além disso, ela alega ser judia, o que não é verdade, e ter matado um soldado alemão em autodefesa, o que nunca foi provado.

“Muitas vezes eu tive dificuldade de diferenciar a realidade e meu mundo pessoal”, disse. “Desde que posso me lembrar, me sinto judia”, justificou.

Antes de de ser descoberta, Misha chegou a processar a editora norte-americana Mt. Ivy por violação de direitos autorais. Na época, ela e a ghost-writer Vera Lee receberam US$ 32 milhões em reparações. Jane Daniel, a fundadora da Mt. Ivy, foi quem conduziu a pesquisa e descobriu a farsa.


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Autora de livro falso sobre o Holocausto é condenada a devolver US$ 22,5 milhões