Veja famosos quando crianças ao lado de seus pais


Créditos: Reprodução/Instagram

O que é a figura de um pai? Qual a sua essência? Existe um tipo de pai padrão? Neste Dia dos Pais, o Virgula Lifestyle resolveu fugir da figura tradicional de pai e ir atrás de histórias de pais modernos.

Ricardo Toscani, 34 anos, fotógrafo e pai de Alice, 5 anos

“Ter a Alice começou com um grande medo. Não esperávamos por ela, nunca planejamos e de repente ela veio. No desespero e no medo de ter que crescer rápido demais, choramos. Depois falei para Lucia, minha mulher: “Tu cuida os quatro primeiros meses e o resto é comigo”. E assim a vida foi se encaminhando, Lucia voltando ao trabalho e eu cuidando do lar, além dos trabalhos de fotografia, nesse meio tempo surgiu Régis, meu amigo e assistente de foto que virou o babá da Alice e meu também. Porém, eu procurava sempre trocar a primeira fralda do dia, o banho dela era oficialmente comigo. Nunca deixamos de frequentar bares, festas dos amigos. Antes éramos os últimos a chegar e últimos a sair, depois passamos a chegar primeiro e ficar o tempo que desse. Nunca deixei de ensaiar com a banda (Heleninha Roitman and The Punk Tosko Full Glass Band Project) e, com todo o barulho que fazíamos, ela ficava num quartinho ao lado dormindo seu sono de beleza. Ela não atrapalhou minha vida, só a deixou mais maravilhosa, por isso se chama Alice. Ser pai é um grande exercício de paciência, mas muito mais que isso é reaprender a amar, se colocar em segundo plano e não se importar nem um pouco com isso. É ser herói e vilão quando se dá uma bronca. É ter uma grande amiga, a melhor delas. É fazê-la feliz apenas por ir buscá-la na escola. É se apaixonar todos dias, ver desenhos e sempre ganhar uma mão para atravessar a rua. Ler toda noite o mesmo livro, ouvir as mesmas músicas repetidas vezes e amar isso. Tu pode ter 80 filhos e cada um será diferente, por mais que a gente crie eles iguais. não vem com manual ela não me conhecia e nem eu conhecia elam e a cada dia esse video-game maravilhoso me dá um chefão mais difícil pra passar de fase, mas vem uma força chamada amor incondicional que te faz aprender tudo em segundos. E ser sempre o melhor pai do mundo e pra eles a gente sempre é”.

 

 

Rodrigo Moretti, 37 anos, DJ e pai de Rocco, 1 ano e 10 meses

“Ser pai é o maior presente de Deus na minha vida. Fui pai aos 35 anos, depois de uma vida nada convencional aos padrões da sociedade. Amo crianças e hoje em dia sou padrinho de quatro. Fui o primeiro da minha família a nascer. Vi minha irmã e todos os meus primos nascerem e curti muito essa fase de todos eles. Tenho um horário bem flexível, trabalho a maior parte do tempo durante a noite e fiz questão de cuidar do Rocco desde o primeiro dia de vida. Sempre dei banho, troquei fralda, no instinto mesmo. Nunca tinha cuidado realmente de uma criança antes. A mãe dele voltou a trabalhar e ficamos nós dois: eu e ele com apenas sete meses e foi a melhor fase da minha vida. A paternidade deu um novo sentido a tudo. Antes da chegada do Rocco nada mais me seduzia. É muito legal ver a reação das pessoas olhando torto para um cara como eu, com tatuagem de revólver na cara e um bebê no colo. Uns tem preconceito, outros acham que quebra paradigmas. Também são legais as experiências de ir a um médico que não te conhece, por exemplo, eu me divirto com a cara das pessoas quando nos veem. Só sei que amo ser pai, amo meu filho e minha família. Sou um cara de sorte por ter tempo para curtir essa fase intensamente. Vejo muitos pais que não cuidam e não dão tanta atenção. Aliás, vejo que os pais considerados ‘pouco convencionais’ pela sociedade, tem dado muito mais amor e uma educação muito mais legal em todos os sentidos, em relação aos padronizados e engravatados por aí. Tenho uma parceria muito forte com o meu filho e é muito legal perceber alguma característica minha nele, gostos em comum, música, moto, skate… Ser pai é do caralho”.
 
 
Daniel Peixoto, 28 anos, músico e cantor, pai de Daniel, 5 anos
 
“Minha vida mudou completamente para melhor com a chegada do meu filho há 5 anos. Sempre tive vontade de ter filhos, apesar de saber que acidentalmente isso não iria acontecer. Meu filho foi planejado com minha melhor amiga e conseguimos engravidar nos dois primeiros meses de tentativas e por vias naturais (hahahaha). Na época, eu trabalhava na minha banda electro punk Montage e vivia o estilo de vida que o punk manda! Não me preocupava com o amanhã, apenas com o hoje e a vida para mim era só um jogo, que eu poderia ter game over a qualquer momento. A primeira mudança veio daí, a cultura punk está dentro de mim, mas as ações foram em sua maioria embora. Depois a influência veio no meu trabalho, troquei o punk pelo tropical bass, ao invés de cantar sobre dealers, remédios e experiências sexuais por um discurso mais amável, poético e sonhador. Cortei inúmeros hábitos da minha vida, em busca de dar o exemplo a essa criaturinha que se espelha em nós! Lido com o preconceito pelas minhas orientações sexuais e a tola polêmica de que gays ou lésbicas não podem criar e educar seus filhos. Mas trato isso com doses cavalares de amor e compaixão, apresentando a ele que no fim, o amor vai sempre vencer! Procuro fazer tudo pensando no futuro dele, venço a dor da distância (moro em SP e ele em Fortaleza), e sigo trabalhando para que essa criança quando adulta conheça minha real história e sinta orgulho dos pais que têm! Nunca, jamais, recebi tanto amor na minha vida e hoje sou pleno por conta dele”.
 

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