Muitos fãs “enterraram” a escritora J.K. Rowling, mãe da saga “Harry Potter”, nesta segunda-feira (14) após a sinopse de seu novo livro ser revelada. Na obra policial, assinada sob o pseudônimo de Robert Galbraith, a autora retrata um serial killer que se veste de mulher para assassinar outras mulheres.

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O lançamento de “Troubled Blood” ocorre justamente em meio a declarações polêmicas que Rowling publicou em seu Twitter sobre a comunidade trans nos últimos meses. Os comentários a fizeram ser acusada de transfobia e a autora chegou a devolver o prêmio “Ripple of Hope”, voltado para personalidades comprometidas com mudanças sociais, após suas falas serem repudiadas pela presidente da fundação Robert F Kennedy Human Rights, Kerry Kennedy.

Diante destas polêmicas, a história de “Troubled Blood” gerou ainda mais revolta nas redes sociais. Decepcionados, muitos fãs chegaram a brincar no Twitter que Emma Watson, a eterna Hermione Granger e apoiadora da causa trans, é que deveria ser considerada a verdadeira autora de “Harry Potter”. A brincadeira fez o nome da atriz ser um dos mais comentados da plataforma.

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Na nova obra, durante uma visita familiar, o detetive Cormoran Strike, introduzido em “O Chamado do Cuco”, é abordado por uma mulher que pede sua ajuda para encontrar sua mãe, desaparecida em circunstâncias misteriosas em 1974. O vilão é descrito como um “serial killer psicótico” que se veste de mulher para realizar os crimes. Para os críticos, esta é mais uma demonstração de transfobia.

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A ativista trans Paris Lees ressaltou no Twitter que: “o novo livro da J.K. Rowling é sobre um ‘serial killer’ que se transveste. Enquanto isso, no mundo real, o número de [pessoas] trans assassinadas no Brasil aumentou em 70% no último ano. Jovens mulheres trans são deixadas para serem queimadas em carros e homens que nos matam (por sermos trans) são perdoados e enviados para casa”.

As críticas a Rowling começaram em Dezembro do ano passado, quando Rowling defendeu em seu Twitter uma britânica que perdeu o emprego após defender que o sexo biológico é que deveria determinar o gênero de uma pessoa no Reino Unido, e que uma mulher trans não deveria ser considerada mulher.

Nos meses seguintes ela continuaria com as polêmicas. Ironizou, por exemplo, um artigo sobre menstruação que usava uma linguagem inclusiva e mencionava “pessoas que menstruam” ao invés de “mulheres”, a fim de não excluir mulheres trans e também incluir homens trans que também menstruam. Suas posições inclusive foram criticadas por Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, que enviaram mensagens de apoio à comunidade trans.

Veja como a web reagiu ao lançamento:


Eu até aprecio o esforço da J.K. Rowling para remover qualquer vestígio de nuance da nossa compreensão de quem ela é e como está planejando usar seu tempo, energia e fortuna. É tudo tipo: ‘como no meu último e-mail transfóbico’, escreveu o poeta Saeed Jones.

Em uma thread sobre o assunto, Paris Lees acrescentou: “eu não espero que pessoas que não são trans entendam totalmente, mas tudo que posso dizer é que é mais do que deprimente viver todos os dias sendo ameaçada e com memórias de violência, enquanto simultaneamente dizem que você é a ameaça. É doentio (…) E é importante ressaltar que uma mulher branca no Reino Unido vive melhor do que muitas. A expectativa de vida média de uma mulher trans não branca nos Estados Unidos é de apenas 35 anos. O insulto e a injustiça de ser colocada como uma ameaça enquanto isso acontece é insuportavelmente cruel”.

Sarah Cunningham , a 'mãe substituta' de casamentos LGBT

A ativista Sarah se oferece para comparecer a casamentos LGBTQ+ e ser a 'mãe substituta' quando as mães ou pais biológicos se recusam a celebrar a união dos filhos
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Créditos: Reprodução/Facebook

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Críticas a J.K. Rowling aumentam após história de novo livro ser revelada