Neste domingo, 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Combate à AIDS, data instituída há 25 anos para ampliar a conscientização sobre a doença. A AIDS é causada pelo vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana, na sigla em inglês). O vírus mata ou danifica as células do sistema imunológico, destruindo progressivamente a habilidade de o organismo combater infecções oportunistas como as provocadas por outros vírus, fungos ou bactérias.

Mas apesar da AIDS ser uma das principais doenças do mundo moderno, responsável pela morte de milhões de pessoas todos os anos, ainda existem muitas dúvidas em torno da doença. Por isso, o Virgula Lifestyle fez um tira-dúvidas com o infectologista Dr Fernando da Costa.

Quais são as formas de contágio?

A forma mais comum de transmissão do HIV é a relação sexual com alguém infectado. O vírus pode entrar no organismo pela vagina, pelo pênis, pelo reto ou pela boca durante a relação sexual. O HIV também é transmitido por meio de sangue contaminado.

O contato com o pênis, porém sem a ejaculação, oferece risco de infecção? E o líquido que sai antes do sêmen, também pode causar a contaminação?

O líquido lubrificante que surge com o estímulo sexual já é considerado contaminante, portanto utilizar preservativo desde o início do contato sexual é de extrema importância.

Duas pessoas com o vírus podem ter relações sem o uso de preservativo?

Não podem pois sempre existe a possibilidade de contaminação entre diferentes subtipos de vírus. Além disso, há outras doenças sexulamente transmissíveis que podem ser transmitidas entre os parceiros. 

 Até que ponto o sexo oral transmite a aids?

Há um debate considerável sobre até que ponto o sexo oral transmite a aids. Há algum risco associado à transmissão do HIV por este meio, sem o uso da camisinha. Mesmo assim, as chances são menores do que as do sexo oral e vaginal. Mulheres e homens que recebem sexo oral possuem poucos riscos de contrair a aids. Uma forma de reduzir o risco, afirmam os médicos, é não ingerir os fluidos sexuais do parceiro.

Se tiver uma relação desprotegida com um soropositivo, há alguma possibilidade de não pegar a doença?

O risco de contágio é maior quanto mais frequente for a exposição e quanto maior for a quantidade de vírus HIV presente no sangue do soropositivo. Há a possibilidade de não se contrair o HIV em uma relação, mas o risco, embora pequeno, ainda é real.

O beijo é uma forma de contágio no caso de um dos parceiros ter feridas ou fissuras na boca?

Para que houvesse possibilidade de transmissão, seria necessário uma lesão grave de gengiva e sangramento na boca. O HIV pode ser encontrado na saliva, porém as substâncias encontradas na saliva são capazes de neutralizá-lo. Práticas como beijar na boca, fumar o mesmo cigarro, tomar água no mesmo copo, não oferecem riscos.

Ao fazer sexo anal sem proteção, há maior risco de contaminação?

Sexo anal sem camisinha é uma prática considerada de alto risco, sendo que o parceiro passivo é o que corre mais risco. O reto e o ânus são órgãos com intensa irrigação sanguínea e sem lubrificação própria. Por essa razão, o sexo anal é uma fonte de fácil transmissão de doenças por via sanguínea, como hepatite e Aids. É recomendável usar também um gel à base de água, afim de evitar um rompimento do preservativo devido ao atrito da camisinha com o ânus.

Bebês de mães soropositivas podem nascer saudáveis?

Gestantes devem obrigatoriamente fazer o teste de HIV durante o pré-natal. Se estiverem infectadas, é fundamental iniciar logo o tratamento a fim de evitar que o vírus seja transmitido para o feto. Hoje, é perfeitamente possível para uma mulher infectada engravidar e dar à luz um bebê livre do vírus.

O risco de um homem pegar Aids de uma mulher é bem menor do que o contrário?

O homem tem mais chance de passar Aids para a mulher do que a mulher tem de passar para o homem

 


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Dia Mundial de Combate à AIDS: especialista tira dúvidas sobre a doença