Um médico britânico viralizou no TikTok ao criticar a forma como o tratam quando está com e sem uniforme. “Se você me celebra quando estou com meu uniforme… Não me odeio quando estou de moletom”, pede no vídeo, denunciando a forma pejorativa como ele, um homem negro, é visto dependendo de seu vestuário. Em um caso parecido, um pai da Califórnia contou que sempre sai na companhia das filhas e do cão para não parecer uma “ameaça” à vizinhança.

O autor do vídeo viral é o doutor Emeka Okorocha, de 27 anos. O morador de Londres termina a gravação pedindo: “não ao racismo, não à discriminação”, ao som de “This is America”, de Childish Gambino, uma música repleta de críticas ao sistema racista.

@doctor.emeka##blacklivesmatter ##notoracism ##fyp ##viral ##foryoupage ##important ##message ##video♬ Childish Gambino – This Is America / Post Malone – Congratulations – carneyval_

O médico relatou ao site Daily Mail que se inspirou em um vídeo similar feito por um advogado negro, que pedia por respeito independentemente de estar ou não com terno. “Mostra o contraste de como as pessoas nos veem na sociedade”, explicou Okorocha.

“Todos parecem me amar quando estou de uniforme e todos aplaudem o Serviço Nacional de Saúde. Mas se eu, um homem negro de 2 metros de altura, vestir um moletom em um bairro rico, [as pessoas] ficarão com medo”, afirma.

Seu vídeo já foi visto por mais de 840 mil pessoas no TikTok, um resultado que alegrou Okorocha. Ele espera que o grande alcance faça as pessoas refletirem como “reagem inconscientemente quando veem um homem negro”.

A vídeo foi uma reação aos protestos do movimento “Black Lives Matter”, “Vidas Negras Importam”, em português, que explodiram nos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd por um policial branco. Mas Okorocha sabe que o racismo também é uma realidade onde ele vive, em Londres.

“Tive incidentes. Estava dirigindo um carro em um bairro abastado, onde meus pais moram, e fui parado por ‘dirigir muito lentamente’, como [as autoridades] disseram. Quando o policial viu minha identidade e lá dizia ‘médico’, seu tom mudou na hora”, contou.

“Já fui parado umas cinco, seis vezes pela polícia. E nunca foi por algo fora do normal. Eu sou parado apenas por parecer suspeito. Já me disseram que eu parecia com ‘alguém que foi denunciado na área'”.

Até mesmo quando está dentro do carro e não é possível saber sua altura, o médico relatou que era parado por “se encaixar da descrição” de alguém que está sendo procurando.

Vogue Britânica edição de Julho 2020

Anisa Omar - assistente de mercado. Está no segundo ano da faculdade de gestão de negócios. A pandemia a fez se sentir um pouco ansiosa, mas em sua visão, colocar-se em risco vale a pena porque está ajudando outras pessoas. "Quando o lockdown foi anunciado, senti que precisa ir e fazer meu trabalho". Créditos: Divulgação/Jamie Hawkesworth

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Médico denuncia racismo e pede respeito independentemente de sua roupa

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