Mulheres revelam pressões e julgamentos sofridos em cargos de liderança

Além de serem mulheres e líderes, o que têm em comum personalidades como Hillary Clinton, Theresa May, Michelle Bachelet e Joyce Banda? Todas elas enfrentam as mesmas pressões e julgamentos por serem mulheres e atuarem numa área predominantemente masculina.

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E é exatamente isso que inspirou o livro O que elas têm a dizer, escrito por Julia Gillard e Ngozi Okonjo-Iweala – ambas líderes políticas em seus países, Austrália e Nigéria, respectivamente – e publicado aqui no Brasil pela Editora Nacional. A obra busca entender com detalhes a trajetória dessas poucas mulheres que chegaram a cargos de lideranças.

O livro reúne depoimentos e traz relatos surpreendentes, como a constante cobrança que vai desde a aparência, passando por questionamentos com filhos e até chegando a relacionamentos amorosos. E o que isso tem a ver com liderança feminina? Nada. Mas é exatamente isso que a obra traz de reflexão. Afinal, por que as mulheres são tão cobradas para dar conta de tudo, até mesmo em cargos de poder?

Em um dos trechos da obra, as autoras explicam os desafios de falar sobre a questão da luta de gênero e o de escrever sobre esses bastidores que mostram o sofrimento que só elas vivem. “É difícil para uma mulher falar sobre questões de gênero sem ser criticada. Mesmo em biografias e memórias, as líderes mulheres às vezes evitam de lidar profundamente com as questões de gênero, temendo uma revolta se um livro for visto como uma reclamação”, comentam as autoras.

Além das personalidades citadas, o livro ainda também traz entrevistas com outros nomes relevantes do cenário mundial, como Jacinda Ardern, Christine Lagarde, Ellen Sirleaf e Erna Solberg. Todas contam as barreiras que venceram para chegar onde estão e os relatos se entrelaçam com cobranças externas e dilemas pessoais.

Outro ponto importante do livro são alguns dados expostos que comprovam a ausência das mulheres em altos cargos políticos pelo mundo. Segundo um dos levantamentos apresentados na obra, de 193 países que são membros das Nações Unidas, apenas 57 tiveram, em algum momento de sua história, uma mulher no mais alto cargo do poder executivo, seja presidente ou primeira-ministra. Além disso, apenas 13 países tiveram mais de uma mulher na liderança.

Além das líderes internacionais, o livro também questiona a tratativa em torno do impeachment da ex-presidente brasileira Dilma Rousseff. Para elas, a abordagem do caso teria sido diferente se um homem estivesse ocupando o cargo de presidente.

O que elas têm a dizer já está à venda nas principais livrarias e também nas lojas virtuais por R$ 69,90 na versão impressa e R$ 39,90 o ebook.


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Mulheres revelam pressões e julgamentos sofridos em cargos de liderança

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