Alienação, infantilização, submissão às ferramentas tecnológicas… Nas últimas semanas, especialistas em antropologia, filosofia e sociologia decidiram aproveitar as redes sociais para fazer duras críticas ao Pokémon GO, jogo que se transformou em febre nacional – e mundial, também. A brincadeira tem seus prós e contras, ninguém duvida disso. Mesmo assim, tem gente mais preocupada em ver os benefícios desse aplicativo para smartphone do que simplesmente compará-lo às piores mazelas do nosso tempo.

No Hospital Infantil C.S. Mott, crianças estão encontrando forças no Pokémon GO para sair da cama e interagir com outros pacientes

Reprodução No Hospital Infantil C.S. Mott, crianças estão encontrando forças no Pokémon GO para sair da cama e interagir com outros pacientes

Um exemplo especial fica em Michigan, nos Estados Unidos. Quem já passou por uma unidade hospitalar infantil, sabe: são locais tristes, mergulhados em melancolia e silêncio. No Hospital Infantil C.S. Mott, porém, as coisas têm mudado graças ao Pokémon GO. De acordo com o gerente de mídia digital J. J. Bouchard, o jogo interativo tem estimulado pacientes a caminharem pelos corredores do hospital, interagindo e conversando sobre pokémons capturados.

“Antigamente, os pacientes simplesmente caminhavam pelos corredores sem trocar uma palavra. Agora, não é incomum vê-los trocando dicas em paradas para recarregar pokebolas”, explica Bouchard. Para ele, é uma forma divertida de encorajar a movimentação pela unidade hospitalar, quebrando um pouco o clima pesado que impera nos quartos e corredores. As pessoas realmente saem de suas camas, com o GPS dos celulares ativados, em busca dos melhores bichinhos do jogo. Demais, né?

Até mesmo os funcionários do C.S. Mott estão brincando com a garotada do hospital

Além de contar com várias Pokéstops, aquelas paradas onde é possível recarregar itens variados, o hospital C. S. Mott também tem uma estátua de pássaro onde fica um Ginásio Pokémon. Lá, os pacientes podem escolher seus melhores combatentes e lutar pela liderança do ginásio, com golpes especiais e outras artimanhas.

Jennifer Griggs, mãe do Braylon, de 11 anos, sentiu essas transformações na pele. O garoto estava internado no C.S. Mott para tratar um tumor cerebral e não tinha a menor vontade de interagir com outras pessoas ou sair da cama. Ela contou que o filho baixou o jogo recentemente e, de uma hora para outra, abandonou o quarto do hospital para fazer amigos e descobrir novos pokémons. Exemplo bonito de se ver!


int(1)

Nesse hospital infantil, crianças estão saindo da cama para caçar pokémons