Já se foi o tempo em que fumar era sinônimo de glamour. Além disso, hoje a informação sobre os malefícios do cigarro chega para todos. Mesmo assim, o fumante nem sempre consegue cortar o vício. Isso porque a nicotina é uma droga que atua no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega ao cérebro em apenas 7 segundos – 2 a 4 segundos mais rápido que a cocaína.

Não é novidade que largar o vício demanda muito força de vontade. Os métodos são vários: adesivos, chicletes, cigarros eletrônicos, acupuntura e até hipnose. Isso pra quem tenta parar sozinho, que é o mais difícil.

Centros de saúde são grandes aliados para pessoas que buscam ajuda para deixar a dependência no passado. Um dos mais conceituados do Brasil é o do Hospital Universitário (HU) da USP, que mantém o Programa Antitabágico, que nasceu em 2004 como fruto de um projeto que visava fazer do hospital um ambiente livre do tabaco. O programa evoluiu e se tornou uma ferramenta de estímulo aos funcionários do HU que buscavam se livrar do cigarro. Em 2009, foi estendido gratuitamente a toda população. 

Desde sua criação, já foram atendidos 1600 pacientes: “Temos um ambulatório de pequeno porte e atendemos uma média de 30 a 40 pacientes por mês, mas nossa intenção não é ser o maior programa de combate ao fumo, mas o melhor. A porcentagem de pessoas que aderiram ao programa e conseguiram largar o cigarro definitivamente é de 45%”, diz o médico João Paulo Becker Lotufo, pneumologista pediátrico do hospital e um dos idealizadores do programa. O índice pode parecer baixo, mas não é. O doutor explica que parar de fumar é até fácil, permanecer sem o cigarro é bem mais complicado.

Para aderir ao programa, os interessados devem entrar em contato com o HU e agendar uma consulta com o Dr. Lotufo. Depois disso, o fumante recebe orientações em grupo sobre a dependência química para compreender os processos relacionados ao seu vício e começa a receber o medicamento de reposição da nicotina (chicletes e adesivos, entre outros) e a vareniclina, que atua sobre os receptores da nicotina e cessa a vontade de fumar. 

 

 


Adesivos, gomas de mascar, cigarros eletrônicos, hipnose e acupuntura: alguns dos métodos utilizados pelas pessoas que desejam parar de fumar

“Atualmente temos trabalhado em programas de prevenção ao cigarro que acreditamos que seja tão importante quando tratar o fumante. Atuando em escolas, conscientizamos o jovem sobre os malefícios do cigarro e os desencorajamos a aderir a esse vício tão prejudicial à saúde”, explica Lotufo.

SERVIÇO

O contato com o Programa Antitabágico do HU deve ser feito pelo telefone (11) 3091-9337. Também é possível enviar um email para antitabagismo@hu.usp.br. Para saber mais sobre o programa, acesse www.tabagismo.hu.usp.br.

Também é possível comparecer às segundas-feiras às 9h na sala 14 do ambulatório do Grupo Antitabágico do HU, que fica na Av. Prof. Lineu Prestes, 2565. Cidade Universitária. É só chegar e preencher uma ficha de cadastro.

Segundo o doutor Lotufo, nenhum interessado em parar de fumar volta pra casa sem ser atendido. “Não esperamos abrir novas turmas, simplesmente atendemos a população”, garante o médico.


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Programa gratuito da USP ajuda fumantes a largar o vício