Uma tela temporária cobre desde esta quarta-feira o arranha-céu de Londres que nos últimos dias provocou danos em veículos e comércios pelos raios solares que refletem em suas vidraças. O particular desenho côncavo da fachada do edifício de 37 andares, na fase final de sua construção, faz com que a luz se concentre em alguns pontos de ruas divisórias e provocou um pequeno incêndio em uma barbearia, além de derreter o espelho retrovisor de um jaguar que estava estacionado próximo ao local, entre outros problemas.

Nas mídias sociais, passou a circular uma entrevista do arquiteto uruguaio Rafael Viñoly, responsável pelo projeto, que disse ao jornal Folha de S. Paulo em junho que a arquitetura brasileira é uma “porcaria”. Na entrevista, Rafael diz que “não dá para confiar nos brasileiros”, que, segundo ele, “Vêm aqui, pedem mil projetos e depois desaparecem”. E prossegue: “a arquitetura corporativa no Brasil é muito ruim. Como se constrói porcaria no Brasil!

A construtora Land Securities, que constrói o arranha-céu apelidado de “Walkie Talkie”, se comprometeu a ressarcir os consertos necessários, assim como a avaliar de novo seu projeto arquitetônico para evitar que continue ocorrendo esses problemas.

“Entramos em contato com os comerciantes da zona para informar sobre as medidas que serão tomadas e contamos com seus comentários para decidir o curso de ação necessária”, assinalou um porta-voz da companhia.

A empresa disse que falou com Martin Lindsay, o motorista de um Jaguar que afirmou que os reflexos do arranha-céu danificaram seu automóvel, e afirmou que “como gesto de boa vontade” cobrirá “os custos da reparação”.

Como medida provisória, além disso, a Land Securities construiu uma grande tela temporária para evitar que os raios do sol continuem refletindo nas vidraças do arranha-céu.

O “Walkie Talkie”, que deve ficar pronto no final de ano, segundo as previsões da construtora, está avaliado em 200 milhões de libras.


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Prédio que derreteu carros em Londres instala cobertura; arquiteto já chamou arquitetura brasileira de 'porcaria'