Projeto é pioneiro no Brasil e vai usar bitucas de cigarro na fabricação de pranchas de surfe

Mais do que ajudar o meio ambiente, um projeto pioneiro no Brasil vai ajudar crianças carentes através de uma transformação inusitada. Você já imaginou que seria possível usar bitucas de cigarro na fabricação de pranchas de surfe? É possível. E quem faz isso é a Lar Mar.

 

O projeto nasceu a partir da ideia de Felipe Árias, fundador da Lar Mar, em proteger o meio ambiente de uma forma diferente. A atitude pioneira no Brasil foi trazida de um projeto já existente nos Estados Unidos, o Cigarette Board, do designer industrial Taylor Lane, que ganhou diversos prêmios internacionais ao construir a primeira prancha de surfe com bitucas de cigarro.

 

A produção das pranchas começou em São Paulo, com o shaper Neco Carbone. “Quando ando pelas ruas Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde, vejo uma quantidade enorme de bitucas de cigarro espalhadas pelo chão. Isto é um hábito das pessoas, como se isso não fosse lixo”, diz o fundador da Lar Mar. “Achamos mais de 1.320 bitucas somente em um quarteirão”.

 

Hoje, mais pessoas abraçaram a ideia. Segundo Árias, tem gente que coleta as bitucas de cigarro e leva até a Lar Mar, sempre com o espírito de ajuda humanitária. “Nos apossamos desta experiência. Começamos a comunicar que coletamos bitucas para fazer as pranchas e doamos para crianças carentes do litoral de São Paulo”.

 

O fundador conta que não dá pra ficar sentado esperando alguma iniciativa governamental que o ajude a tocar e aumentar o projeto. “Não dá pra ficar esperando o governo colocar a mão na massa. Não temos segurança, saúde, educação. Pagamos impostos e não temos nada em troca. É preciso agir”, explica.

 

“A cultura do nosso país ainda é muito primitiva. As pessoas acham que bituca não é lixo e não têm a real dimensão do mal que ela é capaz de causar ao meio ambiente. Fora empresas que vieram me procurar apenas para colocar o nome no projeto. A gente não topou empresas grandes somente para colocar a marca ali”, diz Árias.

 

O empresário garante que nenhuma prancha produzida por Neco, a partir das bitucas de cigarro, será comercializada. “Todas serão doadas para escolinhas de surfe para crianças carentes da cidade de Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo”.

 

Vida, arte e praia em plena São Paulo

 

Felipe Árias é o fundador da Lar Mar e coordena o projeto em São Paulo

A Lar Mar tem um espaço dedicado às pessoas que querem encontrar um pouquinho da praia e do prazer das boas vibrações que o local traz. Situado na rua João Moura, 613, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, a casa conta com bar, loja de roupas, shaper room e tem um intimismo praiano, que dispõe até daquela areia fofinha.

 

Felipe Árias conta que o projeto é muito íntimo e nasceu da vontade e da coragem de largar muita coisa para trás. “Sou natural de Santos, tive a minha infância e juventude na praia. Vim para São Paulo para trabalhar. Sou formado em direito, mas larguei a carreira da advocacia”, diz.

 

A Lar Mar nasceu no litoral norte de São Paulo em 2014, até Árias trazer o projeto para a capital paulista. “A Lar Mar não veio de uma ideia, ela veio de um propósito de vida. Eu só acabei entendendo o momento”, revela Árias. Empresário hoje e surfista sempre, ele quer mesmo é preservar muito mais que o meio-ambiente. “Surfe não é só um esporte, é um estilo de vida. O surfista tem que estar conectado à natureza. E a natureza sempre deve ser preservada por todos”.

Lar Mar transforma bitucas de cigarro em pranchas de surfe

Lar Mar Lar Mar Lar Mar Bitucas de cigarro são usadas na fabricação de pranchas que serão doadas Créditos: Arquivo pessoal

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Projeto pioneiro no Brasil transforma bitucas de cigarro em pranchas de surfe