Está confirmado o retorno de Anderson Silva aos ringues. No dia 31 de janeiro de 2015, o antigo campeão enfrentará Nick Diaz, em Las Vegas, pelo UFC 183. Um dia depois do anúncio da entidade da volta do brasileiro ao octógono após mais de um ano parado, o próprio usou o Instagram para desabafar em um longo, longuíssmo texto.

Spider precisou de três posts seguidos devido ao limite de caracteres naquela rede social, nos quais relembra praticamente toda a sua trajetória no UFC e, segundo escreve ali mesmo: “Isso é só para algumas pessoas não esquecerem quem eu sou e tudo que fiz pelo esporte e pelo país”.

Em quatro momentos, o lutador cita o nome de Dana White, presidente da entidade. Em todas, lembra-se de opiniões do chefão sobre sua performance em lutas, como contra Demian Maia e Chael Sonnen.

Sem rememorar as derrotas para Chris Weidman, ele termina agradecendo familiares, mestres e até a Bruce Lee.

Abaixo está tudo completinho para você ler, se tiver uns 10 minutos sobrando:

No UFC Fight Night 4, em 19 de julho de 2008, fiz minha estreia nos meio-pesados contra James Irvin e venci por nocaute no primeiro minuto do primeiro round. Após a unificação dos títulos, em 25 de outubro de 2008, no UFC 90, em Chicago, voltei a defender o título dos médios, desta vez contra Patrick Côté. No terceiro assalto, Côté sentiu dores no joelho após desferir um chute. O árbitro Herb Dean declarou a luta encerrada, pois Patrick Côté não poderia continuar a luta, e declarou a minha vitória por nocaute técnico. Após a luta, fui muito criticado por parecer estar desviando contato de Côté. Na época o próprio presidente do UFC, Dana White, censurou a minha atitude falando que não entendi as táticas que tomei durante a luta, e disse: “Esse não foi o Anderson Silva que eu estou acostumado a ver nos últimos dois anos”. No dia 18 de abril de 2009, no UFC 97, lutei e venci Thales Leites por decisão unânime, defendendo o cinturão e obtendo minha nona vitória consecutiva no UFC, recorde do evento. Thales Leites foi o único até então na história do UFC a lutar comigo os cinco rounds seguidos até a decisão dos juízes. Após a luta, Dana White afirmou que estava “envergonhado” pela minha performance, mas que ainda acreditava que eu era o melhor lutador peso por peso do mundo. No UFC 101, mais uma vez lutei nos meio-pesados, desta vez contra o ex-campeão da categoria, Forrest Griffin. Fui declarado vencedor por nocaute. Essa é considerada uma das melhores lutas da história do esporte e ganhei na época o prêmio de Beatdown of the Year pelo Sherdog. Em Abu Dhabi, no UFC 112, ganhei do Demian Maia por decisão unânime dos juízes. A luta foi criticada mundialmente pela forma que conduzi o combate e por não ter nocauteado, cheguei a ser advertido pelo juiz. O presidente do UFC, Dana White, disse que se sentia envergonhado e decepcionado com a apresentação. Depois dessa luta, eu era esperado para lutar contra o americano Chael Sonnen para defender o cinturão mais uma vez. Com cerca de dois minutos restantes, consegui um “armlock” após aplicar um triângulo de perna, forçando o Sonnen a bater, aos três minutos e dez segundos do round 5. Fui golpeado mais nessa luta do que em toda minha carreira inteira. De acordo com um banco de dados do CompuStrike, em toda minha careira no UFC, nunca fui golpeado 208 vezes. Somente nessa luta, Sonnen me golpeou um total de 289. De qualquer forma, se tivesse me vencido, Sonnen perderia o título, pois foi pego no exame antidoping e suspenso pela Comissão Atlética. Lutei com a costela trincada, contra as recomendações do meu médico. Logo depois de algum tempo, Dana White anunciou que Sonnen teria uma revanche comigo após o problema do doping, mas Dana White anunciou que Sonnen teria sua revanche depois de ganhar duas lutas seguidas, o que só aconteceu em 2012. Sendo assim, defendi e mantive o cinturão dos médios no UFC 126, que aconteceu no dia 6 de fevereiro de 2011, em Las Vegas, onde eu lutei contra meu compatriota Vitor Belfort. Na cidade do Rio de Janeiro, no UFC 134, dia 27 de agosto de 2011, mais uma vez defendi o título, desta vez contra Yushin Okami, com uma grande vitória. Enfrentei novamente o americano Chael Sonnen, numa revanche ocorrida no UFC 148, dia 7 de julho, em Las Vegas. O clima pré-luta foi tenso. Após eu ter me mantido em silencio sobre todas as críticas de Sonnen nós nos confrontamos. Bom é isso galera, desculpa o desabafo aqui, mas isso é só para algumas pessoas não esquecerem quem eu sou e tudo que fiz pelo esporte e pelo país. São 17 vitórias seguidas e 10 defesas de título consecutivas , algo que fiz com muito amor e dedicação a vocês e as artes marciais. Amo o meu trabalho, amo lutar e mais uma vez agradeço às pessoas que me proporcionaram verdadeiras chances de me tornar quem eu sou hoje dentro e fora do esporte. Obrigado a todos os mestres que tive, aos meus verdadeiros amigos ao longo desta jornada e a todos vocês meus fãs de todo o mundo. Agradeço especialmente à minha tia Edite e ao meu tio Benedito, que me criaram com amor e dedicação, meus mestres Rogerio Minotouro e Rodrigo Minotauro, Fábio Noguche, Edimar Cirili dos Anjos, Cláudio Dalhadone Jr., Leandro Frates, Diorgenes Asarida, Rafael Cordeiro, Luiz Doria, Pedro Rizo, André Xaropinho, André Pederneiras, Sergio Cunha, Mestre Sergipe, Mestre Kang, Mestre Vitor Ribeiro, técnico de Boxe do Corinthians Madison Ramos, Mestre Edelson, Mestre Cezario Bezerra, Mestre Distaque, Mestre Daniel Voará, Mestre Ramom Lemos, ao meu grande mestre Rogério Camões e ao maior dos maiores, o maior incentivador da minha paixão pelas artes marciais, Bruce Lee.


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Após anúncio de retorno, Anderson Silva desabafa: ‘Para não esquecerem quem sou’