O evento que está mexendo com todos os amantes brasileiros de MMA também está deixando cheio de expectativas um dos mais experientes árbitros do Ultimate Fighting Championship (UFC), Mario Yamasaki. Nascido em São Paulo, o juiz que ajudou a organizar o primeiro evento brasileiro de UFC em 1998 estará no Rio de Janeiro para arbitrar uma das lutas da noite de 27 de agosto.

Com grande moral junto aos principais dirigentes do UFC, Yamasaki conhece bem a cabeça de Dana White e companhia. Até por isso, ele mesmo revelou ao Portal Virgula uma das intenções da organização do evento: “Pelo que ouvi falar, ano que vem eles estão querendo vir três vezes para cá”, afirmou.

Além disso, o árbitro – que também é lutador de judô e jiu-jitsu – revela que, apesar de dentro do octógono não fazer diferença entre lutadores, não esconde sua torcida pelos brasileiros. 

Veja a entrevista completa com o árbitro Mario Yamasaki.

Portal Virgula: Qual a sua expectativa em torno do UFC Rio?
Mario Yamasaki: Estou achando maravilhoso. O MMA precisa. Saiu daqui do Brasil e foi lá para os EUA e agora está voltando com o UFC. Isso é importante para o esporte aqui e está todo mundo comentando e todo mundo querendo ir. Isso é maravilhoso.

PV: Como você vê esse momento atual do MMA aqui no Brasil?
MY: O momento é muito importante porque evoluiu. Não é mais aquela briga de rua. Hoje é um esporte e acho que o brasileiro tem que pegar isso pra ele (o MMA), que foi aqui que começou e só aumentar.

PV: O que mudou desde o primeiro UFC no Brasil, que você ajudou a trazer, até este UFC Rio?
MV: A organização. Eles agora têm tudo certinho, não tem mais falhas, é uma empresa muito bem organizada. Antigamente já não era bem assim.

PV: Você tem muita moral lá dentro do UFC. Como o pessoal da organização do evento está vendo o mercado brasileiro?
MY: Olha, pelo que ouvi falar, ano que vem eles estão querendo vir três vezes para cá. Então o mercado brasileiro cresceu muito, inclusive no pay-per-view, então acho que eles estão pensando em vir três vezes para cá no ano que vem.

PV: Inclusive, esta será a primeira edição no Brasil que será transmitida em canal aberto ao vivo…
MY: É, essa é até uma estratégia de marketing. O lance de passar em tv aberta. Se não me engano foi o Silvio Santos que transmitiu uma vez, mas foi só uma luta do Vitinho (Vitor Belfort) só, mas agora vai ser todo o UFC e acredito que isso vai aumentar muito a popularidade do MMA. 

PV: Você também é lutador. Faixa preta de jiu-jitsu, judô… Já teve alguma vez que você olhou para algum lutador no chão e chegou a pensar “não, meu filho, encaixe a perna aqui, coloque o braço ali…”?
MY: (Risos) Várias vezes, várias vezes. Porque eu vejo tanta falha que eu sei o que poderia fazer, mas lá não pode falar. As vezes eu dou um toque depois da luta, mas é interessante você perguntar isso porque realmente várias vezes acontece.

PV: Você passou muito tempo nos EUA. Ainda tem contato forte com o Brasil ou é praticamente um americano?
MY: Então, eu voltei agora. Na verdade, estou morando lá e cá. Estou com uma casa em Alphaville, porque como o MMA está crescendo muito no Brasil e eu trouxe um equipamento de treinamento suspenso, então eu viajo sempre, mas tenho uma base aqui em São Paulo.

PV: Lutador mais difícil de arbitrar?
MY: Os pesos mais leves. Eles correm muito. São muito rápidos e você tem que ficar atrás deles. É sinistro.

PV: Tem algum lutador que você prefere ou gosta de estar na luta?
MY: Para mim são as disputas de cinturão. As lutas principais são as que a gente gosta de arbitrar, que são as que têm mais repercussão. Mas eu gosto de atletas técnicos. Temos vários deles, como o Georges Saint Pierre, o próprio Anderson Silva, Jon Jones… são atletas que eu gosto de arbitrar.

PV: Qual a luta mais marcante da sua carreira até agora?
MY: Até agora foi a do Tito Ortiz com o Chuck Liddell. Que foi a luta do século na época e chegou a bater recorde de bilheteria. Essa luta foi bem legal.

PV: E a mais difícil?
MY: Foi a primeira, viu? Porque eu não tinha experiência no octógono, mas graças a Deus deu tudo certo, mas pra mim a mais difícil foi essa. Faz 14 anos, Fabiano Iha com Laverne Clark (no UFC 20).

PV: Você torce para brasileiros?
MY: Com certeza. Como eu sou brasileiro, quero sempre que eles ganhem. Quando estou arbitrando não tenho bandeira, mas fora do octógono, com certeza, sou sempre brasileiro.


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Brasileiro não nega torcida por compatriotas e revela: "Ano que vem, UFC virá três vezes ao Brasil"