Quem costuma acompanhar o mundo dos esportes sabe que uma das maiores rivalidades mantidas por torcedores e atletas brasileiros é com os cubanos. Como se esquecer do clima de provocação que imperou em inúmeras partidas disputadas entre as seleções de vôlei de ambos os países, por exemplo? Em muitas ocasiões, inclusive, quase chegou-se às vias de fato.

Apesar disso, cubanos e brasileiros protagonizam também histórias de integração promovidas graças à prática esportiva. Uma dessas experiências vem do interior do Rio de Janeiro, mais precisamente em Volta Redonda. A cidade conta com um time de beisebol, criado por gente do nosso país, porém reforçado por nascidos na ilha de Fidel. O Volta Redonda Beisebol tem três anos de existência e logo de cara chamou a atenção dos cubanos ligados à Universidade Federal Fluminense, entidade onde a equipe foi inicialmente divulgada.

Quem relembra o nascimento do time é o estudante Igor Ferreira, que por gostar de beisebol acompanhou o surgimento da equipe e hoje atua como uma espécie de assessor: “A ideia foi do Tulio, que hoje está afastado por motivos pessoais e profissionais. Fizemos uma divulgação inicial, juntamos algumas pessoas e pedimos auxílio à Federação Carioca de Beisebol e Softbol. Eles forneceram materiais como luvas, tacos, bolas e equipamentos de proteção. Foi uma ajuda fundamental, afinal são equipamentos caros, pois são todos importados”, relembra.

Não demorou para que cubanos, tão acostumados ao beisebol quanto nós ao futebol, demonstrassem interesse em participar, e um foi puxando outros. De acordo com Igor Ferreira, a participação cubana só fortalece o time, uma vez que trazem experiências e táticas de jogo que faltam aos brasileiros, além da genuína paixão pelo esporte. Hoje, dos 16 jogadores estabelecidos, 5 são de Cuba. “Os cubanos são muito amistosos e simpáticos. Acho que o mais complicado era o sotaque no começo. Quando eles falavam rápido, às vezes era difícil entender, mas a gente vai se acostumando e calibrando o ouvido. Hoje a conversa já é bem natural”.

Atualmente o Volta Redonda Beisebol treina improvisando em um campo de futebol de grama sintética, que os domingos é cedido pela prefeitura. Como o beisebol ainda engatinha no país, é raro encontrar campos com as dimensões oficiais, mas ainda assim a equipe consegue manter sua rotina de atividades. Além do apoio oficial, o time conta com colaborações dos próprios integrantes, que pagam uma mensalidade com o único intuito de repor e fazer a manutenção dos equipamentos necessários para a prática do beisebol.

Jogando com a dedicação típica dos apaixonados por esporte, os membros do time já disputaram competições nacionais e regionais, inclusive estão indo para a segunda fase do campeonato estadual com boas chances de repescagem. “Ao mesmo tempo vamos nos preparando e ganhando experiência para competirmos no nacional, em novembro. Nosso time é novo, então ainda estamos nos firmando e ganhando experiência”, afirma Igor.

Ainda segundo o assessor, o Volta Redonda Beisebol está de portas abertas para quem quiser conhecer mais sobre o esporte ou mesmo tornar-se praticante. O time dispõe de material para emprestar a iniciantes e quem quiser saber mais pode acessar a página da equipe no Facebook.


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Brasileiros e cubanos jogam lado a lado em time de beisebol de Volta Redonda