Há sete dias, o Corinthians deixou de bater o recorde histórico de invencibilidade da Taça Libertadores ao perder para o Tijuana fora de casa, mas devolveu na mesma moeda nesta quarta-feira derrotando o atual campeão mexicano por 3 a 0 no Pacaembu e tirando os 100% de aproveitamento do adversário no torneio.

Se tivesse ao menos empatado no México na semana passada, o Timão teria igualado o Sporting Cristal da década de 1960 com 16 partidas sem ser derrotado, mas caiu por 1 a 0. A derrota afastou a equipe paulista do próprio Tijuana, que abriu cinco pontos de vantagem, mas nesta quarta a briga pela liderança do grupo 5 foi reaberta graças aos gols de Alexandre Pato, Guerrero e Paulinho.

Com o triunfo, o detentor do título continental chegou a sete pontos, contra nove dos mexicanos. O terceiro colocado da chave é o Millonarios, que soma três e nesta quinta-feira receberá o lanterna San José (1 ponto).

O jogo foi o primeiro duelo internacional do campeão mundial com torcida no Pacaembu desde as conquistas do ano passado. A estreia da equipe nesta Libertadores teve apenas quatro “testemunhas” devido à punição imposta pela Conmebol após a morte do jovem boliviano Kevin, atingido por um sinalizador na partida contra o San José, em Oruro, no último dia 20.

O próximo compromisso do Corinthians na competição é enfrentar justamente o Millonarios, no dia 3 de abril, na Colômbia. O Tijuana, por sua vez, subirá o morro para encarar o San José.

O técnico Tite teve todos os jogadores à disposição e pôde escalar o que considera força máxima. O zagueiro Paulo André, que era dúvida devido a um problema na mão esquerda.

No Tijuana, o argentino Antonio Mohammed fez duas mudanças em relação à vitória da última semana. Na lateral-direita, Ábrego ganhou a vaga de Ruíz, enquanto o volante Leandro Augusto, ex-Botafogo, saiu para a entrada de Arce.

Determinado a devolver a derrota de sete dias atrás, o Timão esteve perto do gol logo aos dois minutos de jogo. Pato aproveitou levantamento e cabeceou rente ao travessão.

Ao contrário do que podia se esperar e do que foi dito na terça-feira pelo próprio técnico do campeão mexicano, os visitantes não iniciaram a partida na retranca, mas também atacava.
Uma alternativa para romper a forte marcação eram as tabelas rápidas, como Renato Augusto fez aos 11 minutos. O meia desceu pela direita, recebeu na área e chutou de primeira para boa defesa de Saucedo.

Em mais uma bonita troca de passes, aos 20, Paulinho colocou Alessandro em boas condições para finalizar. O lateral arrematou rasteiro e Saucedo pegou mais uma.

Com problemas físicos, Pato pediu substituição aos 25, mas, antes de deixar o gramado para a entrada de Romarinho, ainda deixou sua marca, abrindo o placar. Renato Augusto recebeu de Alessandro perto da área e soltou uma bomba, acertando o travessão, a trave direita e novamente o travessão. Praticamente em cima da linha, o camisa 7 empurrou para dentro do gol.

A vantagem deu tranquilidade ao Corinthians, que continuou assustando o adversário. Aos 33 minutos, Renato Augusto cruzou em cobrança de falta e Paulinho cabeceou rente à trave esquerda. Logo em seguida, aos 35, Allessandro cruzou rasteiro, Guerrero apareceu na marcada do pênalti e bateu de primeira, marcando 2 a 0.

O terceiro poderia ter saído ainda antes do intervalo, aos 40, mas Ralf arrematou para fora depois de mais um levantamento de Renato Augusto.

O Tijuana voltou do vestiário atacando mais pela direita, com a entrada de Ruiz em lugar de Corona. Mas a primeira boa jogada do time, aos três minutos, nasceu da esquerda. Depois do cruzamento, Arce ajeitou e Moreno exagerou na força, concluindo muito por cima.

Os visitantes tinham maior volume de jogo, mas Cássio trabalhava pouco e ainda contava com a sorte, como aos 15 minutos e aos 17, em lances criados por Marínez. Na primeira, o Neymar da equipe mexicana cruzou para Arce, de primeira, bater à direita; na segunda, ele tocou para Moreno tirar tinta da trave do mesmo canto.

Com o passar do tempo, a partida foi esfriando. O Corinthians já não tinha tanto interesse em atacar, mas não aliviava na marcação. Um dos jogadores mais efetivos do confronto, Renato Augusto foi quem “quebrou o gelo”, com mais uma tentativa de longe. O meia ajeitou, encheu o pé e viu a bola passar perto do ângulo esquerdo.

Na sequência, aos 33, Romarinho partiu para o lance individual, deixou dois mexicanos na saudade, mas bateu em cima do goleiro, facilitando o trabalho de Saucedo.

Com calma, o Timão definiu a partida com um gol aos 36 minutos, em cobrança de falta ensaiada. Renato Augusto levantou, Guerrero ajeitou e Paulinho deixou o dele.

O quarto gol ainda saiu, aos 44, mas foi invalidado pela arbitragem. Paulinho deu um lençol e serviu Guerrero, que mandou para a rede, mas foi flagrado em impedimento.

Ficha técnica:

Corinthians: Cássio, Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo (Jorge Henrique) e Renato Augusto (Douglas); Alexandre Pato (Romarinho) e Guerrero. Técnico: Tite.

Tijuana: Saucedo; Ábrego (Garza), Aguilar, Gandolfi e Nuñez; Corona (Ruiz), Pellerano, Arce e Martínez; Moreno e Riascos (Daniel Márquez). Técnico: Antonio Mohammed.

Árbitro: Enrique Osses, auxiliado por seus compatriotas Francisco Mondría e Carlos Astroza.
Cartões amarelos: Alessandro (Corinthians); Nuñez, Aguilar, Moreno, Pellerano e Arce (Tijuana).

Gols: Alexandre Pato, Guerrero e Paulinho (Corinthians).
Estádio do Pacaembu, em São Paulo.


int(1)

Corinthians dá o troco e quebra invencibilidade do Tijuana na Libertadores